Em convenção virtual, realizada nesta quarta-feira (16), o PSOL homologou a candidatura a prefeita da psicóloga e professora da rede estadual, Cris Duarte, 45 anos, e a vice-prefeita da cacique indígena Val Eloy. Pela primeira vez em uma disputa eleitoral, a candidata propõe a criação da Renda Básica Municipal para reforçar a renda das famílias atingidas pela pandemia da covid-19. O programa prevê a inversão de prioridades da gestão municipal.
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Cris defende a construção do hospital municipal para preparar a Capital para enfrentar outras pandemias e melhorar o atendimento de urgência e emergência. Atualmente, o atendimento hospitalar pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é garantido pela Santa Casa, que é filantrópico, e por outros dois hospitais, um estadual (HR) e outro federal (HU).
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Destaque no superlotado cenário de candidatos do sexo masculino, a candidata quer construir “cidade policêntrica”, com a atividade comercial não ficando restrita à Rua 14 de Julho. Ela defende a concessão de incentivos fiscais para empresas se implantarem nos bairros, com a construção de novos centros do comercio e gastronômicos. “Precisamos olhar para os bairros, levar os equipamentos públicos”, afirma.
Formada em Psicologia há 22 anos, Cris é idealizadora e diretora da revista EmPODERe, de circulação nacional. Apesar das mulheres representarem 54% da população campo-grandense, ela lamenta que apenas duas estejam na disputa da Prefeitura de Campo Grande. “Por somos as únicas mulheres candidatas?”, questiona, ao tomar conhecimento que o Podemos lançou a segunda representante do sexo feminino, a delegada Sidnéia Tobias.
Atuante nos movimentos sociais e na defesa dos direitos humanos, Cris ressalta que vai colocar a mulher no debate da sucessão municipal. Em seguida, ela explica que as mulheres usam mais o transporte coletivo, ficam mais na fila do SUS e sabem da dificuldade de faltar 14 mil vagas na educação infantil. A candidata lamenta que muitas acabam não conseguindo entrar no mercado de trabalho porque não têm creche para deixar os filhos.
Preocupada com o reflexo da pandemia, que fechou 18 mil empresas na Capital, de acordo com a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), ela quer priorizar as políticas sociais. Uma das bandeiras é o Programa Municipal de Renda Básica, semelhante ao adotado pela prefeitura de Maricá (RJ). Na cidade fluminense, a prefeitura paga R$ 130 para complementar a renda das famílias com até três salários mínimos.
A ideia é copiar o modelo e começar pelas famílias mais vulneráveis. No entanto, a bolsa será paga por meio de uma nova moeda, a ser criada no município, e que poderá ser comercializada nos pequenos comércios dos bairros, de forma a acabar com a fome e fomentar o desenvolvimento econômico. Em Maricá, a prefeitura paga R$ 130 e criou a moeda chamada de “Mumbuca” e beneficia 14 mil famílias.
Cris defende o incentivo para o desenvolvimento de atividades culturais em praças e espaços públicos em toda a cidade. “A cultura está órfã de pai e mãe em Campo Grande”, critica. Ela quer tornar a cidade mais tecnológica, com a implantação de wi-fi livre em todos os bairros, com distribuição gratuita de sinal.
As propostas arrojadas fizeram Cris Duarte voltar à vida política no ano passado, após ficar afastada seis anos. Antes de se filiar ao PSOL, ela foi filiada ao PPS por cinco anos, entre 2008 e 2013.
A candidata a prefeita do PSOL trabalhou como técnica social de projetos habitacionais da Planurb e Emha (Agência Municipal de Habitação) e como consultora em diversas organizações não-governamentais, órgãos públicos, Ministério da Educação e na Fundação Oswaldo Cruz. Foi coordenadora educacional do Projovem na Funsat (Fundação Social do Trabalho) em 2009.
A vice, que o PSOL prefere chamar de co-prefeita, é índia terena Val Eloy, fundadora da aldeia urbana Inamati Kaxé (Novo Dia), em Campo Grande, onde foi eleita cacique. Ela é a segunda mulher a ocupar o posto após Enir Terena, da Aldeia Marçal de Souza.
Natural da aldeia Ipegue, em Aquidauana, Val quer incluir no mapa da cidade os 17 mil índios que residem em Campo Grande. De acordo com a candidata, a Capital tem nove comunidades indígenas.
Primeira candidata mulher na sucessão municipal, Cris Duarte é a 12ª a ter o nome aprovado para disputar a sucessão de Marquinhos. As convenções terminaram e a campanha começa no dia 27. O primeiro turno será no dia 15 de novembro.
Conheça os candidatos prefeito de Campo Grande
Prefeito | Vice-prefeito |
Dagoberto Nogueira (PDT) | Kelly Costa (PDT) |
Guto Scarpanti (Novo) | Priscila Afonso (Novo) |
Esacheu Nascimento (Progressista) | Venício Leite (Progressista) |
Sérgio Harfouche (Avante | André Salineiro (Avante) |
Marcelo Bluma (PV) | José Alvarenga (PV) |
Pedro Kemp (PT) | Eloísa Castro Berro (PT) |
Loester Trutis (PSL) | Lilian Durães (PSL) |
Marquinhos Trad (PSD) | Adriane Lopes (Patri) |
Márcio Fernandes (MDB) | Juliana Zorzo (MDB) |
João Henrique (PL) | Jayme Magalhães |
Marcelo Miglioli (SD) | Carlla Bernal (SD) |
Cris Duarte (PSOL) | Val Eloy (PSOL) |