Em convenção virtual, realizada na manhã deste domingo (13) com a participação de dirigentes nacionais, o PT confirmou a candidatura a prefeito do deputado estadual Pedro Kemp, 58 anos, e a vice-prefeita, da professora universitária e ex-secretária estadual de Assistência Social, Eloísa Castro Berro. Concorrendo a cargo majoritário pela 1ª, ele defende a cassação da concessão do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da Capital.
[adrotate group=”3″]
Devido à crise causada pela pandemia da covid-19, o petista defende a ampliação dos incentivos fiscais para atrair indústrias e gerar “empregos decentes”. “Não queremos atrair empresas para a exploração do trabalhador, pagando salários de fome”, avisa.
Veja mais:
Candidato pela 3ª vez, Bluma defende revisão de tributos e ocupar praças para gerar renda
Com vereador de vice, Harfouche quer na prefeitura o que está dando certo em Bolsonaro
Esacheu põe Santa Casa como “vitrine” e promete tirar a Capital do marasmo econômico
Deputado e empresário são os primeiros candidatos aprovados a prefeito da Capital
Filósofo, psicólogo, escritor, mestre em Educação, pesquisador em teologia e no 6º mandato de deputado estadual, Kemp propõe políticas sociais de combate à pobreza para ajudar os desempregados durante a pandemia. Além da economia solidária, ele defende a criação do Banco do Povo para a concessão de financiamento para microempreendedores e pequenos negócios.
O transporte coletivo deve ser uma das prioridades. Kemp defende que a prefeitura reforce a ação civil pública do Ministério Público Estadual que pede a anulação do contrato bilionário com o Consórcio Guaicurus e faça nova licitação em 180 dias. “Não pode continuar com concessionária que não cumpre o contrato e manter uma relação espúria”, avisou. Ele destacou as suspeitas de fraude e direcionamento na licitação vencida pelo grupo de empresas da família Constantino, que controlam o serviço na Capital há décadas.
“Não podemos continuar com a empresa, que mantém ônibus velhos”, promete. Para o deputado, mudanças acabaram prejudicando os usuários, que teriam sido prejudicados com o “fim da integração”. Ele também citou as 3 mil multas aplicadas pela Agereg (Agência de Regulação), que nunca foram pagas pelo consórcio.
A política habitacional prevê a ocupação dos vazios urbanos e reduzir o déficit habitacional. Mais de 42 mil famílias estão inscritas nos programas habitacionais da Emha (Agência Municipal de Habitação). Ele incluiu o fim das favelas. De acordo com o petista, atualmente, a Capital conta com 4,5 mil famílias residindo em 38 favelas em Campo Grande.
Kemp promete retomar o Orçamento Participativo, bandeira esquecida pelo PT e que não deu certo quando a sigla comandou o Governo do Estado. O candidato diz que vai aproveitar os conselhos regionais, que já discutem o orçamento, para retomar a ideia e incentivar a participação da população nos destinos da cidade. Ele garante que não pretende repetir os erros da atual gestão, de Marquinhos Trad (PSD), que não teria ouvido os comerciantes e empresários sobre os “pontos de ônibus no meio da rua” na Rua Brilhante e na Avenida Bandeirantes.
Na área de saúde, o deputado põe, entre as prioridades, a construção do Hospital Municipal e um centro de exames, para zerar a fila por diagnósticos, que leva meses. Outro problema a ser solucionado, conforme Kemp, é a falta de aparelhos de raio x e ultrassonografia nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). “Será a nossa prioridade número um”, garante.
Ex-secretário estadual de Educação no primeiro mandato de Zeca do PT, Kemp já foi vereador por Campo Grande e professor. Integrante da ala esquerda do PT e católico praticante, o parlamentar tem devoção pelo ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado na Operação Lava Jato. O líder petista não participou da convenção de hoje, que teve a presença do ex-prefeito de São Paulo e candidato a presidente em 2018, Fernando Haddad, e da presidente nacional do PT, deputada federal Gleise Hoffmnann.
Na última eleição, em 2018, Kemp obteve 20.969 votos. É a primeira vez em 24 anos, desde que iniciou na atividade política, que ele concorre a um cargo majoritário. O ex-governador Zeca do PT, considerada a principal estrela petista, participou da convenção para manifestar apoio ao “herdeiro”.
A candidata a vice é a professora universitária Eloísa Castro Berro, que foi secretária estadual de Trabalho, Assistência Social e Economia Solidária na gestão de Zeca do PT. Coordenadora do programa de Saneamento Básico do Banco Mundial e consultora da Unicef, ela tamb ém foi chefe do escritório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em MS).
Servidora municipal desde 1980, ele foi a primeira coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, implantada na Capital como modelo no atendimento à mulher vítima da violência no Brasil, e é professora da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).
Kemp é o 6º candidato a prefeito de Campo Grande. Pela primeira vez, o PT segue sozinho na disputa e não contará nem com o tradicional parceiro, o PCdoB, que desistiu de lançar candidatura própria para apoiar a reeleição do prefeito Marquinhos Trad (PSD).