Sem polêmicas e embalado pelo pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, Jair Bolsonaro (sem partido) deu guinada na popularidade e reverteu a aprovação em Campo Grande. De acordo com pesquisa de 1º a 4 deste mês, a aprovação do presidente da República atingiu 52% de ótimo e bom na Capital, um salto de 22 pontos percentuais em relação a junho. Em três meses, a reprovação despencou de 39,25% para 20,75%.
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Os números do Instituto Ranking Comunicação e Pesquisa mostram que Bolsonaro volta a ser o principal cabo eleitoral nas eleições deste ano, mesmo não tendo partido nem candidato na Capital. Em postagem na rede social, ele anunciou que não deverá subir no palanque de nenhum candidato no primeiro turno deste ano.
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O inferno astral do presidente começou com a pandemia do coronavírus em março, quando minimizou a covid-19 e fez seguidos pronunciamentos contra o isolamento social. A popularidade acabou corroída com as demissões polêmicas dos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro.
O bombardeio prosseguiu com a demissão do oncologista Nelson Teich e as polêmicas intervenções feitas na Polícia Federal e na Receita Federa para proteger os filhos. Nem a prisão de Fabrício Queiroz, que teria feito depósitos para a primeira dama, Michelle Bolsonaro, impediram a recuperação do capitão.
De acordo com o instituto, o percentual dos campo-grandenses que consideram a gestão de Bolsonaro bom e ótimo passou de 30,33% em junho para 52% neste mês. Ou seja, mais da metade da população aprova as medidas do Governo federal. Entre os evangélicos, o índice chega a 54%, enquanto o percentual é de 48% entre os católicos.
Por outro lado, despencou o percentual dos que avaliam Bolsonaro com ruim e péssimo, de 39,25% em junho para 20,75% neste mês. Em 90 dias, o índice de regular passou de 27% para 22%.
Os números mostram êxito na estratégia da comunicação do presidente, em guerra com os prefeitos e governadores desde o início da pandemia. Ao lutar contra o isolamento social, Bolsonaro conseguiu responsabilizar os administradores estaduais e municipais pela crise econômica causada pelo coronavírus.
Apesar de manter um ministro interino na Saúde para enfrentar a maior pandemia em um século, o presidente acabou não sendo responsabilizado pelas mais de 125 mil mortes causadas pela covid-19. Ele também defendeu a cloroquina, mesmo sendo considerada ineficaz pelas pesquisas científicas. Nesta questão, o presidente se sobressaiu porque deu opção para combater à doença, enquanto a comunidade médica e outras autoridades só insistiam que o medicamento era ineficaz.
Com a popularidade nas alturas, Bolsonaro passou a ser disputado pelos pré-candidatos a prefeito de Campo Grande. Pelo menos cinco estão na disputa dos votos dos bolsonaristas: Vinicius Siqueira (PSL), Sérgio Harfouche (Avante), Wilton Acosta (Republicanos), Paulo Matos (PSC) e Esacheu Nascimento (Progressistas).
Mesmo tendo avisado que não subirá em palanque no primeiro turno, Bolsonaro sinalizou aos mais próximos que está disposto a quebrar a promessa onde o adversário for de esquerda.