Duas megaoperações da Polícia Federal levaram ao bloqueio de R$ 552 milhões em contas bancárias e podem ser o início da maior ofensiva para minar o PCC (Primeiro Comando da Capital), poderosa organização criminosa que surgiu há exatos 27 anos nos presídios de São Paulo. Aliás, com a deflagração da Caixa Forte 2, considerada a maior de todas as operações da sua história, a corporação quer sufocar o grupo ao mirar o “coração financeiro”.
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Para festejar o aniversário do PCC, 1,1 mil policiais federais foram às ruas de 19 estados e no Distrito Federal para cumprir 633 mandados de busca e apreensão e de prisão para estragar a festa de aniversário da facção paulista. Deflagrada a partir de Minas Gerais, a Operação Caixa Forte cumpre 112 mandados em Mato Grosso do Sul, o segundo maior número, só atrás do Paraná (173).
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Ao identificar os laranjas que movimentavam as contas bancárias do PCC, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 252 milhões. Em Campo Grande, até vizinha e sogra que emprestaram contas para a corporação foram levadas até a Superintendência da PF. Ou seja, mesmo sem saber, estavam ajudando a maior e mais temível organização criminosa do País.
Durante o cumprimento dos mandados de busca, policiais apreenderam R$ 6 milhões em espécie, sendo R$ 2 milhões em reais e US$ 730 mil em moeda estrangeira. “É a maior operação de combate a lavagem de dinheiro da história da Polícia Federal”, atestou o coordenador geral de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas da PF, delegado Elvis Secco, durante coletiva na manhã de hoje em Belo Horizonte (MG).
Os números da Operação Caixa Forte 2 mostram que MS passou a ser ponto estratégico para a expansão do PCC. Dos 211 mandados de busca e apreensão, 37 foram cumpridos no Estado, sendo 28 em Campo Grande. Dos 422 mandados de prisão, 85 eram no Estado, dos quais 74 na Capital. A PF mirou também 172 presos, sendo que 51 estão custodiados em cinco presídios de Mato Grosso do Sul.
Na semana passada, a PF realizou outra operação enigmática no combate à facção criminosa, A Pavo Real mirou o narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão, considerado um dos principais aliados do PCC na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. A Justiça bloqueou R$ 300 milhões, suspendeu 22 empresas e sequestrou 50 imóveis em nome do criminoso, que comandava todo o patrimônio de dentro do Presídio Federal.
O chefe da Diretoria de Operações de Repressão a Drogas da PF, Leonardo Marino, ressaltou que se trata apenas do início das operações que serão realizadas com o objetivo de sufocar a facção criminosa ao mirar as suas finanças.
Durante a Operação Pavo Real, a PF prendeu a esposa, padrasto, filhos, irmãos, genros e sobrinhos de Pavão, que supostamente davam cobertura ao narcotraficante.
Nos últimos meses, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) também elevou o tom em relação ao PCC, que vem impondo o terror na guerra de facções na fronteira e nos julgamento dos infiéis nos tribunais do crime.
Na Operação Regresso, deflagrada na sexta-feira, o Gaeco prendeu 26 pessoas. Um dos supostos líderes da organização criminosa, Clayton dos Santos Medeiros, o G7, morreu em confronto ao receber os policiais a bala no Conjunto José Abrão, em Campo Grande.