Ex-ministro da Secretaria de Governo e conselheiro da Itaipu, Carlos Marun, foi uma das 47.152 pessoas a contrair a covid-19 em Mato Grosso do Sul. Obrigado a ficar isolado da família e dos amigos, ele admitiu medo e apelou a fé em Deus no período de duas semanas que ficou internado na Santa Casa de Porto Alegre. Integrante do grupo de risco, ele emagreceu 10 quilos durante o tratamento.
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“Pouquíssimas vezes na minha vida dormi em um hospital. Nem quando bem novinho levei um tiro perdido em uma caçada e nem quando, nos anos 80, fui atropelado por um kart em uma corrida em Fátima do Sul (MS) e tive várias fraturas”, relatou o ex-ministro. “Que eu lembre foram duas vezes: uma em um checkup, feito há poucos meses, e outra em função de um coice que levei de um cavalo em 2014, em uma cavalgada”, contou.
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Marun apresentou os sintomas da doença e procurou o hospital para fazer o exame. Enquanto aguarda o resultado, isolado em casa, ele verificou queda na oxigenação e retornou a Porto Alegre. Orientado pelo médico Cláudio Bier, ele procurou o hospital no setor da covid-19 e fez a tomografia às 22h do dia 13 deste mês.
Ao chegar em casa, ele recebeu a ligação do médico Luciano Muller, avisando de que a internação era necessária e urgente. No dia seguinte, às 8h30 do dia 14 de agosto, ele foi internado na Santa Casa de Porto Alegre.
“Me apresentei para 14 dias de uma experiência inédita nestes 60 anos de vida. Isolamento total. Solidão noturna. Reflexão. Medo. Risco. Fé… Organização! Teu corpo vira um campo de batalha onde médicos e a doença se digladiam. Tudo importa”, relembrou o conselheiro, sobre os dias no hospital.
“Televisão fora dos noticiários. Só amenidades. Inter líder. Importante manter o moral elevado. As coisas indo. Outra porrada. A Luciane com sintomas. Vai internar? Não. Vai tratar em casa. Quem me apoia no hospital. Necessário outro amigo. Quem? Machado! Acabaram as roupas. Chega a lavanderia. A barba? Chega um barbeador. E assim foram 14 dias”, relembrou.
“De tanto em tanto, nos horários certos, chegavam médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e enfermeiros mascarados. E amizade. Sabiam exatamente o que fazer”, relembrou. “Assim transcorreu a briga cuja primeira fase está terminando agora”, comentou, sobre a alta nesta sexta-feira (28).
“Por que deu certo? Tudo um muito. Fé no Criador, perícia dos médicos, organização do hospital, apoio dos amigos e da família, mensagens de estímulo, orações…”, concluiu Marun, sobre o período da internação. Ele deverá continuar o tratamento contra o coronavírus em casa.
Marun sobreviveu, mas 24 pessoas não tiveram a mesma sorte em Mato Grosso do Sul. Conforme boletim da Secretaria Estadual de Saúde, o número de mortes pela pandemia no Estado passou de 800 para 824 nesta sexta-feira.
No total, MS tem 47.152 casos confirmados, com a notificação de mais 891 diagnósticos positivos nas últimas 24 horas. Campo Grande lidera o ranking, com 20.505 casos e 333 mortes pela covid-19.
Outros políticos também tiveram a doença, como o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), e os deputados estaduais Neno Razuk (PTB) e Coronel David (sem partido). Os prefeitos de Dourados, Délia Razuk (PTB), e de Ponta Porã, Hélio Pelufo (PSDB), também testaram positivo para doença e já estão curados.
Apesar de cobrar medidas mais rígidas na Capital, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, suspendeu o teletrabalho dos funcionários da pasta. A partir de agora, só os servidores com mais de 60 anos e do grupo de risco vão continuar afastado dos locais de trabalho.