As senadores Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL) votaram a favor do reajuste dos trabalhadores da saúde, educação e segurança pública durante a pandemia da covid-19 ao derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Da bancada de Mato Grosso do Sul, Nelsinho Trad (PSD) votou a pela manutenção do veto.
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A derrubada do veto pelo placar de 42 votos a 30, na noite de ontem no Senado, deixou o presidente indignado. Apesar de já ter defendido o reajuste aos profissionais, principalmente os que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus, Bolsonaro recuou após o ministro da Economia, Paulo Guedes, estimar rombo nas contas públicas.
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Eleita na onda do bolsonarismo em 2018 e considerada aliada de primeira hora do presidente, Soraya surpreendeu ao votar contra o veto. Ela não foi a única aliada a contrariar a orientação governista. O vice-líder do Governo, senador Izalci Lucas (PSDB/DF) também votou contra o veto.
Ao Campo Grande News, Simone justificou o voto. “O Governo federal cometeu novamente o erro de incluir os estados e municípios em decisões federais. Não vamos proibir os governadores e prefeitos de conceder reajuste a estes profissionais, eles que é que vão decidir no ano que vem”, explicou a emedebista.
“Não cabe a nós decidir sobre isto, além disto não obrigamos o reajuste, apenas não vamos proibir. Será uma decisão dos gestores, que irá passar pelos vereadores e deputados estaduais”, ponderou.
Caso o veto de Bolsonaro seja mantido, governadores e prefeitos não poderão dar reajuste aos servidores públicos da saúde, educação e segurança pública, mesmo que disponham de dinheiro em caixa. Devido à pandemia, as prefeituras e o Governo do Estado congelaram os salários do funcionalismo neste ano, inclusive da turma que atua na linha de frente para salvar vidas.
A derrubada do veto pelo Senado irritou o presidente. “Ontem o Senado derrubou um veto que vai dar prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil”, lamentou Bolsonaro. Agora, o Governo articula com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para reverter a derrota no Senado.
Pela lei federal em discussão, em troca do socorro federal por causa da pandemia, os estados e municípios não poderão conceder reajuste salarial aos funcionários por dois anos. No entanto, o artigo vetado abria exceção para saúde, segurança pública e educação.
Além de tudo, a manutenção do dispositivo não garante automaticamente o reajuste de salários. No entanto, caso o veto seja mantido, nenhum servidor poderá ter reajuste até o final do próximo ano.
De acordo com o jornal O Globo, o Palácio do Planalto vai punir os infiéis, entre os quais, Soraya Thronicke. Bolsonaro estaria inconformado, porque os votos de Soraya e Izalci poderiam manter o veto, já que o mínimo necessário para derrubá-lo era 41 votos. O placar final foi de 42 a 30.
A senadora não se manifestou até o momento sobre a votação de ontem. No entanto, no início da noite, ela compartilhou o vídeo do ministro da Economia, Paulo Guedes, em que ele defende a exceção do reajuste para policiais e outros profissionais.