Boletim da Secretaria Estadual de Saúde confirmou mais 589 casos e 14 mortes causadas pela covid-19 nesta segunda-feira (17). Com 640 óbitos, Mato Grosso do Sul supera quatro estados brasileiros e países muito mais populosos, como Paraguai, Venezuela e Austrália. O Estado teve média de 812 casos e 16 mortes por dia, com a pandemia fora de controle na Capital, Sidrolândia, Aquidauana e Corumbá.
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Ao analisar os dados, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, voltou a cobrar medidas mais rigorosas e efetivas para elevar o isolamento social em Campo Grande. Nesta segunda-feira, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) reúne o grupo de técnicos para analisar, junto com o Ministério Público e a Defensoria, se mantém a lei seca, que entrou em vigor na quarta-feira (12) e proibiu a venda de bebida alcoólica em bares, lanchonetes e restaurantes.
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Mesmo com a taxa de isolamento permanecendo abaixo de 40%, a Capital registrou queda no percentual de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de 86%, registrada no domingo, para 81%. Por outro lado, 2,7 mil pessoas contraíram a doença em uma semana. Em sete dias, a cidade teve 58 mortes, que passou de 190, na segunda-feira passada, para 248 hoje.
No total, Campo Grande tem 15.953 casos confirmados da covid-19, uma média de 395 novos diagnósticos diários. Em segundo lugar está Dourados, onde a pandemia perdeu força, já que teve apenas três mortes e 217 casos novos em sete dias. O município acumula 4.835 casos e 66 mortes.
Por outro lado, Corumbá mantém crescimento exponencial, com o número de casos passando e 1.626 para 1.927 e de óbitos, de 59 para 72. Em seguida aparece Sidrolândia com 1.250 casos e 17 óbitos.
Com o surto fora de controle nas aldeias, que começou após evento de lançamento de obra do Governo do Estado em plena pandemia, Aquidauana teve aumento de quase 50% nas mortes em uma semana, de 23 para 34, e de casos, de 734 para 1.095.
Este cenário de fora de controle levou Mato Grosso do Sul a sair da lanterna no ranking nacional de mortes causadas pela covid-19. Com 640 mortes, o Estado já supera quatro unidades, como Amapá (613), Acre (576), Roraima (568) e Tocantins (511), segundo o Ministério da Saúde.
Estado | Incidência por 100 mil | ||
MS | 1.325,50 | ||
RJ | 1.125,30 | ||
PE | 1.181,90 | ||
PR | 911,20 | ||
RS | 860,30 | ||
MG | 823,90 | ||
Fonte: | Ministério da Saúde |
Ao somar 37.425 infectados pelo novo vírus, MS deixou de ter uma das menores incidências do País e já supera cinco estados brasileiros. A menor proporção de contaminados para cada grupo de 100 mil habitantes é de Minas Gerais, com 823,9, enquanto a incidência sul-mato-grossense está em 1.325,5/100 mil.
Com 2,7 milhões de habitantes, MS já registra 363% mais mortes do que o Paraguai, que conta co o dobro da população sul-mato-grossense. A pandemia matou 640 sul-mato-grossenses, contra 138 paraguaios. O número de casos também é infinitamente menor no país vizinho, 9.791 contra 37.425 em MS.
Até a Venezuela, comandada pelo polêmico Nicolas Maduro e com população de 31,7 milhões de habitantes, vem mantendo, oficialmente, a pandemia sob controle. A doença matou 281 venezuelanos, metade do número de mortes em MS. São 33,7 mil venezuelanos infectados pelo coroanvírus, contra 37,4 mil em MS.
A Austrália, para citar um país neutro e sem polêmicas políticas, tem 421 mortes e 23,5 mil casos confirmados diante da população de 25,5 milhões de habitantes.
Uma das diferenças está na iniciativa das autoridades. O Paraguai adotou lockdown por meses, o que levou, inclusive o Shopping China a fechar as portas enquanto durar a pandemia, enquanto a medida só foi adotada por 15 dias, no início, e descartada para não prejudicar a economia de MS.