A pandemia da covid-19 segue fora de controle em Mato Grosso do Sul, que contabilizou mais 875 casos e 21 mortes as últimas 24 horas. Mesmo com 80% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em Campo Grande, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deu início à desmontagem do hospital de campanha, construído ao custo de R$ 1,7 milhão para atender os doentes infectados pelo coronavírus.
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Apesar da situação continuar grave na Capital, que já contabiliza 14.984 casos positivos e 223 mortes, o Governo do Estado acatou pedido do prefeito Marquinhos Trad (PSD) de mudar a classificação, de grau extremo (bandeira preta) para grau alto de risco (vermelho). Pelo Prosseguir, com a nova bandeira, o Estado deixa de recomendar lockdown no município.
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Nesta sexta-feira, Mato Grosso do Sul conta com 35.434 casos confirmados e 591 mortes. Nas últimas 24 horas, houve aumento de 5,8% no número de pacientes internados nos hospitais sul-mato-grossenses, de 514 para 544. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 44% dos pacientes (239) estão internados na UTI.
No total, apesar da ampliação de 30 novos leitos, a taxa de ocupação de vagas em UTI voltou a ficar em 80% na macrorregião de Campo Grande. De acordo com especialistas, esse índice é considerado muito delicado, principalmente, considerando-se o surto fora de controle. Dos testes realizados pelo drive thru na Capital, 11,7% estão dando resultados positivos para a covid-19.
No entanto, o risco de faltar leitos na Capital não fez o Governo do Estado mudar de ideia sobre a desmontagem do hospital de campanha, construído com 144 leitos no estacionamento do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, referência no tratamento da doença.
A Secretaria Estadual de Saúde contratou a Ekobox Locações Eireli por R$ 1,794 milhão para fornecer contêineres para a unidade de apoio ao combate à covid-19. Deste total, a gestão tucana já pagou R$ 1,378 milhão. O hospital começou a ser desmontado sem receber pacientes com covid-19, apesar do governador e do secretário de Saúde, Geraldo Resende, terem anunciado que esse era o objetivo do “investimento”.
Nesta sexta-feira, o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, anunciou a nova classificação do grau de risco dos municípios. Após pressão do prefeito e do secretário municipal de Saúde, José Mauro Castro, o Governo recuou e aliviou a classificação da Capital, de grau extremo para grau alto de risco.
A mudança ocorreu devido à ampliação no número de leitos de UTI na Capital, que chegou a 302 vagas disponíveis. No entanto, a pandemia segue fora de controle na cidade, que deve superar os 15 mil casos nesta semana.
Entre as 223 mortes pela pandemia na Capital está a do advogado Eduardo Haddad Filho, 59 anos. Ele foi professor universitário em Campo Grande, São Paulo e Rio de Janeiro; integrante do IAB (Instituto dos Advogados do Brasil) e ouvidor-geral do município na gestão de Gilmar Antunes Olarte.
Após decretar lockdown por duas semanas, Aquidauana conseguiu mudar a classificação. No entanto, com o surto nas aldeias, a pandemia matou mais quatro pessoas no município, elevando o número de óbitos de 25 para 29. O número de diagnósticos positivos passou de 880 para 939.
Duas cidades estão com recomendação de lockdown, bandeira preta, Sidrolândia e São Gabriel do Oeste. A 60 quilômetros da Capital, a primeira cidade está com 1.119 casos positivos e 17 mortes. São Gabriel tem 676 pacientes e cinco óbitos.