Campo Grande registrou 660 novos casos de covid-19 – o maior número de casos em 24 horas desde 22 de julho deste ano, quando foram 771 diagnósticos. Ainda fora de controle, a doença causou mais 12 mortes no Estado, sendo oito na Capital. No entanto, uma boa notícia, com a ativação de 30 novos leitos, a taxa de ocupação de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) caiu de 87% para 79%.
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A propagação do coronavírus segue acelerada no Estado. O nível de contágio foi de 43 vítimas por hora em Mato Grosso do Sul, elevando o total de casos positivos de 33.509 para 34.559, conforme o boletim divulgado hoje pela Secretaria Estadual de Saúde. Mais da metade dos casos novos ocorreram na Capital, 660.
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A secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, anunciou mais 12 óbitos, elevando o número de mortes no Estado de 558 para 570. Mato Grosso do Sul já superou o total de mortes no Acre (569), Roraima (555) e Tocantins (482). Infelizmente, no ritmo atual, o próximo a ser superado será Amapá (606).
A taxa de letalidade da doença quase dobrou nos últimos 30 dias no Estado, passando de 0,9% para 1,7%. O grande temor dos médicos, pesquisadores e autoridades estaduais é que, sem lockdown, a situação se agrave ainda mais em algumas cidades, como Campo Grande e Miranda. O risco existe porque a taxa de isolamento social segue abaixo de 40% e a disseminação do coronavírus segue alta.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ontem, a Capital teve 666 novos casos. Este número é o maior em 20 dias, só ficando abaixo do recorde de 771 casos novos registrados em 22 de julho deste ano. O número também é o dobro da média registrada na primeira quinzena deste mês.
Aquidauana decretou lockdown e barrou a entrada de visitantes desde o início do mês. No entanto, como o resultado das medidas só deve surgir em 14 dias, os números seguem crescendo no município, que já contabiliza 854 infectados e 25 mortes. A maioria das vítimas são indígenas, acometidos pelo surto após evento de lançamento de obra pelo Governo do Estado no dia 2 de julho deste ano.
Houve disparada no número de casos em Sidrolândia, a 60 quilômetros de Campo Grande. A cidade tem 1.063 diagnósticos positivos e 17 mortes.
A pandemia volta a preocupar em Bonito, considerado principal ponto turístico do Estado e que tentava retornar as atividades. Nas últimas 24h, o município teve mais 16 casos e uma morte.
A boa notícia foi a ativação de 30 novos leitos de UTI na Capital, elevando a oferta de leitos de 272 para 302. Com a ampliação, a taxa de ocupação caiu de 87%, ontem, para 79% nesta quinta-feira (13), conforme o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.
Este foi um dos principais argumentos usados pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) para convencer o defensor público-geral, Fábio Rogério Rombi da Silva, a desistir do lockdown recomendado por especialistas. Em troca, o chefe do Executivo impôs a lei seca, proibindo o consumo de bebida alcoólica até domingo (16) nos bares, lanchonetes, restaurantes e outros locais públicos.
No entanto, as atividades continuam normais e, por enquanto, a Capital está livre de suspender todas as atividades, como ocorreu em Porto Alegre. A cidade gaúcha foi obrigada pela Justiça a impor lockdown, mediante protesto dos empresários, para tentar frear a pandemia.
Novo epicentro da doença, Campo Grande aumenta aposta em tentar conter a doença sem parar por duas semanas, como sugerem médicos e especialistas. Na segunda-feira, as autoridades se reúnem para fazer nova avaliação da situação e decidir se mantém ou suspender a lei seca.