Mato Grosso do Sul teve a semana mais letal da pandemia do coronavírus, com 14 mortes por dia, mas teve queda de 5,6% no número de novos casos. O mesmo cenário se repete em Campo Grande, que flexibiliza as regras a partir de hoje (1º) apesar da recomendação de lockdown de especialistas e da Secretaria Estadual de Saúde.
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De acordo com monitoramento do Governo do Estado, o número de óbitos teve aumento de 45% na Capital, enquanto o número de casos caiu 11,9%. Outro agravante é a superlotação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nos hospitais públicos e privados. Por isso, a recomendação é de lockdown em Campo Grande.
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De domingo até hoje, houve a confirmação de 4.724 novos diagnósticos no Estado, contra 5.009 registrados na semana anterior. MS chega a este sábado com 25.739 pacientes infectados pelo coronavírus.
Com base no sistema estadual, Campo Grande teria redução de 11,9%, de 2.375 para 2.075. No entanto, o banco de dados está defasado, já que o boletim da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) apontou, às 17h de ontem, 10.526 casos confirmados na Capital. O Estado contabiliza 10.262. Isso significa que o cenário é de estabilidade no município (queda de apenas 36).
Por outro lado, a letalidade da pandemia foi maior nesta semana, com o total de óbitos em sete dias passando de 76 para 97. A média de mortes sul-mato-grossense por covid-19 passou de 10 para 14 nesta semana. No total, 389 pessoas perderam a vida para o coronavírus no Estado.
O total de mortes na semana cresceu 45% na Capital, de 31 para 45. No total, conforme o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, 135 já morreram por causa da doença em Campo Grande.
Devido a este cenário, o Governo do Estado recomendou o lockdown, considerada a medida mais eficaz para frear a pandemia em Campo Grande. No entanto, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) ignorou a recomendação e ampliou as regras de flexibilização na cidade, permitindo a reabertura do comércio e shoppings nos finais de semana. Ele também flexibilizou o toque de recolher, que começa mais tarde hoje, a partir das 21h.
A rixa entre o Governo do Estado e prefeitura passou a se refletir nas estatísticas da pandemia. O município já contabiliza 10.526 casos confirmados, enquanto a Secretaria Estadual de Saúde informou 10.262 hoje (1º). O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, anunciou 135 óbitos confirmados na cidade, enquanto a prefeitura registrou apenas 130.
Sem polêmica, a situação parece fora de controle em Aquidauana, onde o surto começou após a solenidade de lançamento de obra marcada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) no dia 2 de julho deste ano. No município, o número de casos passou de 136 para 387, enquanto o de óbitos, saltou de 5 para 12.
O prefeito Odilon Ribeiro (PSDB) acatou a recomendação do Programa Prosseguir, do Governo do Estado, e decretou lockdown no município por sete dias. Até o dia 7 de agosto, apenas os serviços essenciais devem funcionar na cidade.
Houve aumento exponencial em Sidrolândia, de 317 para 600, e em Corumbá, de 991 para 1.342. Na Cidade Branca, o número de óbitos passou de 28 para 38. Já o número de sidrolandenses mortos pela covid-19 passou de 9 para 14.
Na live deste sábado, o secretário de Saúde voltou a enfatizar que as recomendações são feitas com base em números e na ciência. A secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, abriu a coletiva para explicar as recomendações do Prosseguir, de que só recomendou o fechamento das atividades não essenciais.
Resende voltou a condenar a politização da pandemia, que só deve favorecer o coronavírus. Ele ressaltou que a taxa de letalidade é baixa, mas a situação pode mudar sem acatar as recomendações dos especialistas e médicos.