Quando a pandemia acabar, as máscaras ainda serão necessárias? E qual o melhor detergente para matar o novo coronavírus? Homens adoecem mais da covid-19 que as mulheres? Quais são as sequelas deixadas pela infecção do Sars-Cov-2 em quem teve a forma mais grave da doença?
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As dúvidas desta semana feitas ao Boletim Covid-19 de O Jacaré foram respondidas pelo reumatologista Izaías Pereira da Costa.
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Dúvida – Quando inventarem a vacina, as pessoas poderão parar de usar máscaras?
Resposta – O advento da vacina, obviamente, vai trazer uma segurança maior, mas ainda não sabemos os resultados. Por isso a vacina está ainda em teste. No Brasil há duas sendo testadas, a chinesa e francesa. Não sabemos o resultado, não podemos prever a cobertura e nem quanto tempo vão funcionar.
Outra coisa que não sabemos é a quantidade de pacientes que será protegida pela vacina. Isso quer dizer que temos mais perguntas que respostas. O que podemos dizer é que, mesmo que a vacina mantenha um nível de cobertura satisfatório, que é o que acontece quando porcentagem bastante significativa de pessoas é protegida da infecção, o uso da máscara vai ser indispensável.
Ou seja, enquanto o vírus ainda estiver circulando e infectando pessoas, e não sabemos até quando isso vai, a máscara será um acessório indispensável. Teremos que usar máscara por muito tempo, mesmo que exista vacina.
Pergunta – Qual o melhor detergente para matar o vírus da covid-19?
Resposta – O melhor detergente para combater o coronavírus é o sabão comum. Qualquer sabão que seja capaz de tirar gordura. O que acontece é que o vírus tem uma capa de gordura e todo sabão comum é suficiente para remover essa camada e, assim, destrói o vírus.
Pergunta – É verdade que os homens adoecem mais de covid-19 que as mulheres? Por que isso acontece?
Resposta – Todas as estatísticas de vários países que já publicaram estudos epidemiológicos, como a França, Espanha, Itália, Estados Unidos e, recentemente o Brasil, têm mostrado que os homens são em maior número contaminados e maior número de vítimas do coronavírus. Os números do Brasil demonstram que o total de óbitos ocorridos até agora 58% é do sexo masculino. O porquê disso ocorrer é um motivo de investigação em todo mundo. Alguns elementos foram levantados a partir de estudos epidemiológicos desses pacientes que foram acometidos.
A primeira coisa que chamou a atenção é que os pacientes do sexo masculino tinham mais doenças concomitantes. Tinham mais diabetes, hipertensão, histórico de alcoolismo, por exemplo. Esse parece ser um dado importante.
O segundo fator parece ser biológico mesmo. Parece que tem algo a ver com o sistema imunológico do homem em relação a esse vírus. E, em terceiro lugar é que o homem, por si só, procura menos o atendimento médico e mais tardiamente também. As mulheres se preocupam mais. Vão ao médico com mais frequência e os homens valorizam menos os sintomas que apresentam.
Pergunta – É verdade que a covid-19 deixa sequelas em quem ficou muito tempo internado?
Resposta – Isso é real. O paciente que é submetido a um tratamento de terapia intensiva com o processo de ventilação mecânica, em um respirador, dependendo do tempo, o próprio mecanismo da máquina pode trazer lesões sequelares para o pulmão desses indivíduos.
Por outro lado, também não podemos esquecer que esses indivíduos são acometidos de infecções secundárias. Ou seja, bactérias que vão agredir esses indivíduos e vão causar danos irreversíveis, por vezes renais, ou no sistema nervoso central, coração e que podem deixar sequelas quando esse indivíduo tiver alta da UTI.
A própria covid-19 pode deixar sequelas decorrentes do processo de doença, como tromboses que podem ocorrer tanto nas artérias quanto nas veias. Isso desencadeia quadros hemorrágicos e trombóticos no sistema nervoso central, no intestino e nos rins.
As variáveis são as seguintes: intensidade de infecção, associação de infecção secundária, tempo de evolução do estado grave desse paciente são condições importantes para poder deixar sequelas nestes pacientes.
Fazemos o boletim covid-19 porque:
Em dezembro de 2019, as autoridades de chinesas de informaram a OMS (Organização mundial de Saúde) sobre o surto de uma nova doença, que foi nomeada posteriormente de covid-19. Em 11 de março, a OMS anunciou que as infecções atingiam proporções epidêmicas. Os dados sobre casos e mortes são fornecidos pela Universidade Johns Hopkins, mas podem não representar a totalidade por conta da subnotificação registrada em muitos países, como o Brasil, que mudou a sistemática de divulgação dos indicadores relativos à covid-19.
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