Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisa, divulgada pela revista Veja, joga ducha de água fria nas pretensões presidenciais do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). Em meio à maior pandemia da história, com 2,2 milhões de doentes e 84,2 mil mortes, o médico sul-mato-grossense caiu nas intenções de voto, enquanto o seu desafeto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) subiu e seria imbatível em 2022.
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Outra notícia ruim para Mandetta é que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tem intenção de voto três vezes maior. Nesta semana, o ortopedista se lançou candidato a presidente da República, tendo Moro como candidato a vice, conforme divulgou o site O Antagonista.
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No cenário 3, Bolsonaro passou de 29,7% para 30,7%, enquanto os adversários encolheram, apesar da política nacional de combate ao coronavírus, que inclui a falta de um ministro da Saúde. O cargo está vago há mais de 100 dias, tocado por interino.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), oscilou de 15,4% para 14,5% e Ciro Gomes (PDT) de 11,1% para 10,7%. Mesmo usando a TV Globo como vitrine, onde veicula o programa Caldeirão do Huck, e sendo astro de propagandas de várias marcas, Luciano Huck (sem partido) manteve estável, de 8,1% para 8,3%.
Crítico ferrenho da política de Bolsonaro para combater a pandemia, Mandetta oscilou de 6,8% para 5,7%. No entanto, ele segue a frente de outras estrelas da política nacional, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 4,6%, o banqueiro João Amôedo (Novo), 4,1%, e os governadores do Maranhã, Flávio Dino (PCdoB), com 1,6%, e do Rio de Janeiro, Wilson Wiltzel (PSC), com 0,9%.
Conforme o Instituto Paraná, Mandetta é mais popular entre as mulheres, já que atinge 7,9%, contra 3,3% entre os homens. Por região, ele obtém 6,9% no Norte/Centro-Oeste e 6,8% no Sul, enquanto obtém opior índice no Nordeste, com 4,6%. No Sudeste, o médico ficou com 5,7%.
Considerando-se o nível de escolaridade, o ex-ministro obteve o maior índice entre os eleitores com apenas o nível fundamental completo, 6,5%, contra 5,3% no médio, e 5,5% entre os brasileiros com nível superior.
No entanto, indiferente dos índices, ex-ministro da Saúde entrou na mira do presidente. Em live nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que Mandetta espalhou pânico nas entrevistas e passou mais tempo falando do que trabalhando.
Cogitado por Mandetta como seu vice, o ex-juiz Sergio Moro desponta em segundo lugar no primeiro cenário pesquisado pelo Instituto Paraná, com 17,1%, contra 29% de Bolsonaro, 13,4% de Haddad, 9,9% de Ciro, 6,5% de Huck, 4% de Doria, 3,4% de Amôedo, 1% de Guilherme Boulos (PSOL) e de 0,7% de Wiltzel.
Já no cenário com Lula, Moro fica em 3º, com 16,8%, contra 21,9% do ex-presidente e 37,5% de Bolsonaro. Na sequência, Ciro surge com 8,3%, Amôedo com 3,4%, Marina com 2,5%, Wiltzel com 0,9% e Boulos, com 0,7%.
Além de crescer, conforme a publicação, Bolsonaro seria reeleito com facilidade caso o segundo turno fosse entre os dias 18 e 21 de julho deste ano. No caso da repetição da etapa complementar de 2018, ele bateria Haddad por 46,6% a 32%. A vitória contra Moro seria de 44,7% a 35%.
O adversário mais difícil seria o ex-presidente Lula, com 36,4%, contra 45,6% de Bolsonaro. Nem Ciro, em campanha presidencial permanente, seria estorvo, já que pedetista seria derrotado por 48,1% a 31,1%. O massacre seria contra Doria, 51,7% a 23%.
A pesquisa é hipotética. No entanto, ao retratar o momento da política brasileira, o levantamento mostra que Bolsonaro segue forte politicamente, mesmo diante de todas as trapalhadas, os escândalos, como o de Fabrício Queiroz, as interferências nos órgãos de combate à corrupção e de usar o cargo para defender os filhos.
O presidente está com a covid-19. Apesar de vir se tratando com cloroquina, ele testou positivo pela terceira vez nesta semana. Mandetta e Moro estão proibidos de ocupar cargos públicos para cumprir a quarentena de seis meses imposta pela Comissão de Ética da Presidência da República. Apesar do fuzuê causado pela intenção de disputar a presidência, o ex-ministro da Saúde está de olho e trabalha para ser candidato a governador de Mato Grosso do Sul em 2022.