O empresário José Carlos Lopes, o Zeca Lopes, virou réu por sonegação fiscal e previdenciária de R$ 113,237 milhões e por ocultar o dinheiro em propriedades e veículos por meio de quatro empresas. Por outro lado, a Justiça Federal liberou, após mais de dois anos do bloqueio determinado na Operação Labirinto de Creta 2, relógio Rolex de ouro e veículos de luxo do genro, Maro Antônio Giordano Farias Santos, que não foi denunciado pelo Ministério Público Federal.
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Poderoso, polêmico e influente empresário do ramo de frigoríficos, Zeca Lopes virou réu no dia 19 de março deste ano, conforme despacho do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal. Conforme o magistrado, ele comanda grupo de empresas do mesmo ramo de atividade na mesma planta frigorífica em Terenos em nome de familiares, como filhas, esposa e irmãos, que são constituídas com o objetivo de escapar do pagamento das dívidas trabalhistas, fiscais e cíveis.
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Ele virou réu por sonegar R$ 24,9 milhões em 2013 e mais R$ 39,9 milhões em 2017 por meio do Frigorífico Peri. Já por meio da Peri Alimentos, de acordo com a procuradoria, ele deixou de pagar R$ 24,4 milhões em 2016 e mais R$ 23,8 milhões.
“Ainda segundo a denúncia, os valores subtraídos do Fisco com as práticas de sonegação fiscal e sonegação de contribuição previdenciária (crimes antecedentes) resultaram na aquisição de bens que foram submetidos a atos de ocultação de propriedade mediante registro em nome de terceiros (familiares, ‘empresas de fachada’ e ‘laranjas’), configurando a prática pelo acusado do crime previsto no art. 1º, caput da Lei 9.613/98 (lavagem de ativos)”, destacou Teixeira.
O MPF apontou que ele ocultou a fortuna sonegada na aquisição de imóveis de 10 a 28 de julho de 2017 em Terenos, onde fica o frigorífico Frigolop, e Campo Grande. Também foram investidos na compra de veículos por meio de mais três empresas: Translop, L.P.X. Agroindustrial e L.P.T. Logística de Transportes.
Nesta quarta-feira (22), o juiz acatou pedido do genro de Zeca Lopes, Marcos Santos, e liberou bens apreendidos na Operação Labirinto de Creta 2, porque ele trabalhava no escritório alvo da investigação. No entanto, ele teria comprovado capacidade financeira para adquirir os produtos.
“No bojo dos autos n. 00010701-81.2016.403.6000, em 19/07/2017, foi determinada a busca e apreensão em diversos endereços residenciais e comerciais, para colheita de elementos de prova. Já nos autos n. 0010702-66.2016.403.6000, a fim de garantir interesse da União, foi decretado, em 27/07/2017, o sequestro e um imóvel e diversos automóveis pertencentes aos investigados supostamente integrantes de uma organização criminosa, liderada por José Carlos Lopes, para o cometimento de crimes de sonegação fiscal e lavagem de capitais, mediante a criação de um conglomerado de empresas com essa finalidade, a maior parte delas em nome de terceiros, dentre eles parentes seus. Quanto ao embargante, ele constava dentre os investigados, por ser genro de JOSE CARLOS LOPES e trabalhar em um de seus escritórios”, observou o magistrado.
Entre os bens liberados está relógio Rolex com aço e ouro amarelo 18k, que pode ser encontrado em sites de venda a preços entre R$ 80 mil e R$ 160 mil, caminhonete Amarok CD 4×4 Trend, Toyota Camy e Fiat Strada.
Polêmico, Zeca Lopes foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por integrar o suposto esquema criminoso do juiz Aldo Ferreira Silva Júnior, afastado da 5ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande. Conforme a denúncia, eles teriam fraudado documento público para viabilizar o pagamento de precatório de R$ 1,3 milhão, que já tinha sido quitado pelo Governo do Estado.
O empresário também foi condenado a 19 anos de prisão por estupro de vulnerável em outubro de 2017 pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande. Como o caso tramita em sigilo, não há informação se o Tribunal de Justiça manteve, reduziu ou extinguiu a pena.
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