Os principais jornais de Mato Grosso do Sul ignoraram o indiciamento do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e do seu filho, o advogado Rodrigo Souza e Silva, pela Polícia Federal na Operação Vostok. Conforme a investigação, os policiais encontraram provas de que a maior autoridade do Estado recebeu R$ 67,791 milhões em propinas da JBS em troca de incentivos fiscais.
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Além do tucano, a PF indiciou o secretário-geral da Assembleia Legislativa, deputado estadual Zé Teixeira (DEM), o ex-secretário estadual de Fazenda e atual conselheiro do Tribunal de Contas, Márcio Campos Monteiro, e o ex-deputado estadual Osvane Ramos. Também foram indiciados empresários envolvidos na Operação Lama Asfáltica, como Ivanildo da Cunha Miranda, Antônio Celso Corte e João Roberto Baird, o Bill Gates Pantaneiro.
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Após indiciamento pela Polícia Federal, PSL protocola pedido de impeachment de Reinaldo
O indiciamento foi publicado pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, e teve ampla repercussão nacional, com reprodução pelos portais Brasil 247, Metrópoles, G1, O Antagonista e até pelo Jornal Nacional, principal noticiário da TV Globo.
Em guerra pelo Midiamax pelo título de site mais lido de Mato Grosso do Sul, o Campo Grande News ignorou solenemente o indiciamento do governador e do seu filho pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A PF aponta prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres públicos. Em 2018, quando foi deflagrada a Operação Vostok, o site deu amplo destaque a investigação.
O Correio do Estado também minimizou o indiciamento do governador sul-mato-grossense. Um dos mais tradicionais jornais do estado fez um registro pequeno, no pé da página e sem chamada na capa para o escândalo.
O Midiamax deu amplo destaque à conclusão do inquérito da Operação Vostok e a repercussão, como a apresentação do pedido de impeachment pelo deputado federal Loester Trutis, pelo vereador Vinícius Siqueira e pelo suplente de senador, Danny Fabrício, todos do PSL.
Os leitores não deixaram de manifestar indignação com o escândalo. “Ainda bem, quepelo menos a PF tem trabalhado, agora vamos ver o desfecho. Só observando”, postou um. “Que farra de desvio vergonhoso, MS brilha”, lamentou outro. “É duro que essa cambada é tudo milionário e continua sugando o povo há anos, mamando nas tetas e o povo ainda vota nessas pragas”, revoltou-se um terceiro.
“Tem que ser tudo apurado, o dinheiro devolvido e os corruptos presos”, defendeu um internauta. “O pior é que esses caras são bem amparados juridicamente e o dinheiro faz toda diferença entre pagar pelos crimes ou ficar em liberdade”, postou outro. “O sul-mato-grossense tá que nem carioca, pula da frigideira e cai no fogo”, comentou outro eleitor, ao observar o envolvimento de políticos de várias ideologias com corrupção no Estado.
Veja a repercussão no País
PF indicia governador de Mato Grosso do Sul por propina de R$ 67 milhões da JBS (O Globo)
Vostok: Reinaldo e filho são indiciados pela federal por corrupção e lavagem de dinheiro (Midiamax)
PF indicia governador do MS por corrupção e organização criminosa em recebimento de propina da JBS (Brasil 247)
PF indicia governador de Mato Grosso do Sul por corrupção, lavagem e organização criminosa (O Antagonista)
Caso JBS: PF indicia governador do MS por suposta propina de R$ 67 milhões (Metrópoles)
PF indicia governador do MS em caso de recebimento de propinas (Poder 360)
Governador de MS diz que recebeu com indignação conclusão de inquérito da PF que investiga supostas propinas da JBS (G1 e Jornal Nacional)
O governador Reinaldo Azambuja divulgou nota em que se mostrou indignado com a PF. Ele negou ter cometido qualquer irregularidade.
“Trata-se de denúncia antiga, baseada em delações premiadas sem qualquer credibilidade e provas, que vêm sofrendo, em casos diversos no País, inúmeros questionamentos judiciais quanto à sua procedência e consistência”, minimizou Reinaldo, sobre a investigação que ocorreu entre a delação da JBS, homologada em maio de 2017 pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, e a conclusão do inquérito no dia 29 de junho deste ano.
Com a conclusão da investigação pela PF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, poderá pedir novas diligências, o arquivamento por falta de provas ou apresentar a denúncia contra o governador e as outras 21 pessoas.
A denúncia será analisada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça. O relator é o ministro Felix Fischer, que retornou ao trabalho este ano após ficar vários meses de licença médica.