Nos últimos 30 dias, o número de casos confirmados da Covid-19 teve aumento de 612% em Mato Grosso do Sul, de 326 para 2.324, e o dobro no número de mortes, de 11 para 22. A última morte foi de Maria Santana Aguiar, 63 anos, a primeira registrada em casa e sem receber atendimento médico no Estado. Ela também é outro exemplo de quem ignora as recomendações das autoridades, já que viajou para visitar familiares infectados.
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De acordo com o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, a média é de 119 casos por dia neste mês. O total de pessoas positivas passou de 1.489, no dia 31 de maio passado, para 2.324 nesta segunda-feira (8). Em uma semana, houve a confirmação de 835 novos casos.
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A propagação do coronavírus segue velocidade de Fórmula 1 na região da Grande Dourados, epicentro da pandemia em Mato Grosso do Sul. O surto começou no frigorífico da JBS, em Dourados, e se propagou para os municípios vizinhos. Segunda maior cidade do Estado, com 222,9 mil habitantes, Dourados teve aumento de 119% no número de casos confirmados em uma semana, de 279 para 613.
Com 19,1 mil habitantes, Fátima do Sul teve aumento de 152% em oito dias, de 65 para 164. Outra cidade com surto é Rio Brilhante, com 37,3 mil moradores. Além do frigorífico, há um surto na Usina da Biosev no município, onde houve aumento de 88% na quantidade de contaminados, de 54 para 102. Só na usina, conforme a assessoria, são 42 confirmados.
Esse também é o caso de Itaporã, com 24,8 mil habitantes. De acordo com a coordenadora de Atenção Básica, Aline Oviedo, dos 66 casos confirmados na cidade, 64 estão ligados ao frigorífico. Outros dois seriam da usina de Rio Brilhante.
A primeira morte registrada no domicílio em MS foi em Itaporã. De acordo com familiares, Maria Santana Aguiar, 63, reside na zona rural e foi a Dourados visitar a filha e o genro, que apresentavam os sintomas da Covid-19. Não há informação se a dona de casa sabia que os familiares estavam com a doença.
Aos familiares, ela contou que estava gripada e não procurou nenhuma unidade de saúde. De acordo com Aline, na manhã de sábado, Maria passou mal e a família ligou pedindo uma ambulância. Quando o socorro chegou, a mulher já tinha morrido. Devido à suspeita do coronavírus, houve o procedimento padrão de sepultamento com caixão fechado e sem velório. Esta é a segunda morte registrada em junho e a 22ª no Estado desde o início da pandemia.
Também houve explosão no número de casos em Douradina, o menor município sul-mato-grossense em área, com 280 quilômetros quadrados, e 5,9 mil moradores, onde houve alta de 50%, de 46 para 69 em uma semana. Colada em Fátima do Sul, Vicentina, com população de 6,1 mil, teve aumento de 95% no número de casos, de 24 para 47.
Campo Grande perdeu o protagonismo para Dourados, mas contabilizou 105 novos pacientes da Covid-19 em uma semana, de 293 para 398. Como parte do esforço para manter a situação sob controle, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) fechou novamente o Terminal Rodoviário na sexta-feira e retomou as barreiras sanitárias nas entradas da Capital hoje.
O Ministério Público Estadual obteve liminar para obrigar o laboratório Multilab a entregar o resultado os exames da Covid-19 em dois dias ou no prazo informado no site da empresa. De acordo com a promotoria, o laboratório cobra R$ 249, mas não vinha cumprindo os prazos anunciados, conforme liminar do juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
A situação é preocupante em Corumbá, que teve aumento de 218% em uma semana, de 27 para 86 casos. A Cidade Branca faz divisa com Ladário, com 19 casos confirmados.
Outro dado preocupante é o número de pacientes internados em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 23 doentes estão em estado grave, contra apenas seis há um mês.