Além de manter no cargo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu aumento de 9,46% na gratificação do superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Cleo Mazzotti. Mesmo sem grandes ações de combate à corrupção, a corporação no Estado tem se destacado no combate ao tráfico de drogas e à Máfia do Cigarro.
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A expectativa na troca de Mazzotti surgiu com a saída do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele pediu demissão após o presidente demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
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O novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, não só manteve Mazzotti no cargo, como elevou a valor da gratificação paga o superintendente, de R$ 5.685,55 para R$ 6.223,99. A “plus” na gratificação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União da última segunda-feira (25).
“A Polícia Federal fez a proposta para o governo de que os valores que retornam ao erário, já contabilizados no Orçamento, serem utilizados para ajustes de funções defasadas. Um superintendente ganha gratificação de função que é a mesma que outros órgãos têm para a chefia de setor. Vai ser um pouco melhor remunerada, mais próxima de outros órgãos”, explicou Mazzotti em entrevista ao Campo Grande News.
Desde a nomeação de Mazzotti, no ano passado, uma das investigações que mais perdeu visibilidade foi a Operação Lama Asfáltica, que apura desvio milionário na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB). A última vez que policiais federais foram às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão foi em novembro de 2018, na Operação Computadores de Lama.
O Jacaré apurou que não houve reforço na investigação, considerada muito complexa pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande. Policiais federais tinham esperança de que fosse criada uma força-tarefa para concluir a Lama Asfáltica, que completa cinco anos no dia 15 de julho deste ano sem perspectiva de conclusão.
Por outro lado, a PF de Mato Grosso do Sul vem se destacado pelo combate às organizações criminosas que atuam no tráfico de drogas e contrabando de cigarro. Neste mês, houve a apreensão de 28 toneladas de maconha na região sul, a maior quantidade de droga apreendida na história.
Nesta quinta-feira (28), a PF deflagrou a Operação Arithmoi, denominação da 4ª fase da Nepsis, que mira a Máfia do Cigarro. Desta vez, a investigação mira sete policiais civis que atuam como líderes regionais da organização criminosa.
As investigações já descobriram o envolvimento de policiais militares e rodoviários federais com a Máfia do Cigarro. Agora, a operação identificou sete agentes da Polícia Civil, que atuavam nos municípios de Amambai, Iguatemi, Itaquiraí, Naviraí e Ponta Porã.
Mazzotti é formado é direito pela Universidade Federal de Santa Catarina e começou no serviço público como analista de informações e agente operacional da Abin (Agência Brasileira de Informação), o serviço secreto do Governo federal. Ele começou como delegado da PF em 2006 em Foz do Iguaçu (PR).
Antes de ser alçado ao cargo de chefe da PF em MS, Mazzotti destacou pelas grandes operações de combate à corrupção e ao crime organizado em MS e no Paraná.