A popularidade do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), despencou em Mato Grosso do Sul após as polêmicas envolvendo a pandemia do coronavírus e a divulgação do vídeo da reunião ministerial no dia 22 de abril deste ano. Conforme a Ranking, 42,06% dos sul-mato-grossense avaliam a administração federal como ruim e péssima. O índice supera o de Reinaldo Azambuja (PSDB), reprovado por 31,24%.
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Em nove meses, o humor do eleitorado de MS mudou drasticamente em relação ao presidente. Em agosto do ano passado, 44,37% o consideravam como ótimo e bom. Este percentual caiu 18 pontos percentuais, considerando que a aprovação é de 26,29%, conforme a pesquisa feita com 1,7 mil eleitores em 20 cidades entre os dias 20 e 26 deste mês.
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O número dos que avaliam a gestão Bolsonaro como ruim e péssima passou de 17,04%, em agosto do ano passado, para 42,06% neste mês. O índice dos que o avaliam como regular subiu de 27,16% para 28,35%. Neste mês, somente 3,3% dos eleitores não quiseram opinar ou estavam em dúvida, contra 11,43% em 2019.
A reprovação de Bolsonaro no Estado é semelhante aos índices obtidos na Capital. Conforme a sondagem feita entre os dias 28 de abril e 2 de maio deste ano, 40,33% dos campo-grandenses avaliam a administração do capitão como ruim e péssima, contra 29,7% que o avaliam como bom e ótimo.
A avaliação do presidente começou a ruir após as polêmicas envolvendo a pandemia. Ele chegou a fazer pronunciamento em rede nacional para defender o fim do isolamento social, principal medida indicada pelo Ministério da Saúde e médicos para reduzir os casos da Covid-19. Outra polêmica envolveu o uso da cloroquina, defendida efusivamente por Bolsnaro, mas não pelas autoridades sanitárias e pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
A última polêmica foi a demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que o acusou de interferir na Polícia Federal para proteger a família. Na sexta-feira passada, o Supremo Tribunal Federal autorizou a divulgação do vídeo da reunião, onde o presidente profere palavrões, defende o armamento da população e diz que tomará todas as medidas para proteger a família e os amigos.
O levantamento também não traz bons números para o governador tucano, que planeja se tornar o principal cabo eleitoral nas eleições deste ano. Em nove meses, a aprovação de Reinaldo passou de 37,12% para 28,12%. O índice regular oscilou de 30,04% para 34,47%.
De acordo com a Ranking, 31,24% avaliam a administração de Reinaldo como ruim e péssima, contra 20,25% em agosto do ano passado. A impopularidade subiu após a pandemia e o aumento do ICMS sobre a gasolina no mês de fevereiro deste ano.
A reprovação alta frustra os planos de Reinaldo, que planeja eleger um grande número de prefeitos e vereadores do PSDB nas eleições deste ano. A ampla base será fundamental para ele garantir a vaga de senador nas eleições de 2022 e manter o foro privilegiado.
O tucano não quer repetir os mesmos erros dos antecessores, André Puccinelli (MDB) e Zeca do PT. O petista acabou sofrendo ofensiva do Ministério Público Estadual no escândalo da farra da publicidade. Ele acabou absolvido de praticamente todas as ações, mas sofreu o desgaste a ponto de não se eleger senador em 2018.
Já Puccinelli não só perdeu a vaga de ser candidato a governador, como acabou preso por cinco meses por determinação de juiz de primeira instância. O emedebista é investigado na Operação Lama Asfáltica, na qual a Polícia Federal o acusa de ser um dos chefes da organização criminosa que desviou R$ 430 milhões dos cofres públicos.
Caso garanta a eleição de senador, Reinaldo não poderá parar as investigação na Operação Vostok, na qual é acusado de ter recebido R$ 67,7 milhões em propinas da JBS em troca de incentivos fiscais. No entanto, ele fica mais longe da cadeia, já que a prisão de um senador precisará do aval do Senado.
Os resultados das pesquisas causam euforia e indignação no eleitor, dependendo do lado que se encontra no momento. No entanto, os números refletem o momento e o humor do eleitor pode mudar, dependendo das ações dos governantes.
O futuro de Bolsonaro vai depender muito de como o Brasil vai sair da pandemia, um problema colossal para todos os países.
Já Reinaldo vai depender da recuperação das finanças estaduais, como a de lhe dar fôlego de retomar o ambicioso plano de R$ 4,2 bilhões em investimento, que foi lançado em fevereiro e acabou na geladeira por causa do coronavírus.