O PSL trocou o candidato a prefeito de Campo Grande nas eleições deste ano, sai o deputado estadual Capitão Contar e entra o vereador Vinícius Siqueira. Com o discurso de direita 2.0, a sigla vai apostar no combate à corrupção para marcar posição na disputa da sucessão do prefeito Marquinhos Trad (PSD).
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A senadora Soraya Thronicke, presidente regional da sigla, e o deputado federal Loester Trutis comandaram as articulações. “A escolha foi técnica. Vinicius conhece a prefeitura como ninguém. A ideia é rever todas as concessões públicas e pedir judicialmente o dinheiro que não veio para o município”, justificou-se Trutis.
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Por outro lado, a senadora destacou que a decisão será tomada apenas na convenção partidária. “O Dep. Loester Trutis manifestou um desejo pessoal, o que não significava que seja dos demais membros da diretoria, até porque a municipal não foi consultada ou informada sobre o assunto. Tampouco a executiva estadual foi comunicada. No entanto, vivemos em uma democracia, e como deputado, ele tem o direito de manifestar sua vontade, mesmo porque essa questão será decidida entre os membros da diretoria somente na Convenção Partidária”, explicou.
Antes de deixar a disputa, Contar era o adversário de Marquinhos com melhor pontuação nas pesquisas de opinião pública. Na sondagem da Ranking, feita entre os dias 28 de abril e 2 deste mês, ele tinha 5,08%. Houve oscilação pra baixo, já que estava com 6,5% em março, mas dentro da margem de erro.
Relator da CPI da Energisa na Assembleia Legislativa, o parlamentar vem se destacando nas críticas à concessionária de energia elétrica. Nos últimos dias, a Justiça suspendeu a perícia determinada pela comissão em 200 medidores de energia elétrica na Capital. Contar também tem linha muito ligada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Ele publicou uma nota para justificar a desistência. “Justa e merecida decisão do PSL em definir o pré-candidato à Prefeitura da Capital! Embora meu nome já fosse comentado nos bastidores e despontado em pesquisas, não seria ético nem coerente ocupar essa vaga, estando alinhada a minha saída do partido com o Presidente Bolsonaro. Meu compromisso sempre foi e será honrar os mais de 78 mil votos para deputado estadual, vindos de todos os 79 municípios de MS. Com força total, vou apoiar os melhores nomes em todo o Estado”, justificou-se Contar.
A proposta do novo pré-candidato a prefeito do PSL é de investigar todos os contratos firmados pela prefeitura de Campo Grande, repetindo o trabalho feito como vereador nas concessões do transporte coletivo, de táxi e do parquímetro. “Vamos ampliar a investigação para todos os contratos. “Será uma gestão mais técnica e menos política”, prometeu o vereador, que pretendia ser candidato a reeleição nas eleições deste ano.
Siqueira diz que será o candidato da direita 2.0 e terá como principal proposta de campanha o combate à corrupção na Capital. Apesar de manter o apoio ao presidente da República em nível nacional, o PSL vem se distanciando de Bolsonaro nas ações, inclusive em defender o isolamento social como medida de combate à pandemia do coronavírus.
Oficial da Justiça estadual, o vereador entrou na política ao liderar os protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele se elegeu vereador em 2016 pela primeira vez com 3.386 votos.
Em 2018, no DEM, Vinicius disputa um cargo de deputado estadual, conseguiu 8.560 votos, mas não se elegeu.
Capitão Contar não é o primeiro a desistir de enfrentar Marquinhos nas eleições deste ano. A primeira a desistir foi a deputada federal Rose Modesto (PSDB), que não conseguiu o apoio do partido nem do governador Reinaldo Azambuja. Os tucanos trabalham para indicar o presidente da Câmara, João Rocha (PSDB), como candidato a vice na chapa do atual prefeito.
O ex-governador André Puccinelli (MDB) desistiu, apesar de também estar bem colocado nas pesquisas, e vai apoiar o deputado estadual Márcio Fernandes, do mesmo partido. O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (sem partido) decidiu priorizar a reeleição do filho , o vereador Odilon Júnior (PSD). O ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) não conseguiu recuperar os direitos políticos, ainda, e também anunciou que não será mais candidato. Luso de Queiroz desistiu até do PSOL.