No ar há quatro dias e com mais de 212 mil seguidores no Twitter, a conta “Sleeping Giants Brasil” alertou o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul, que vinha financiando o site famoso por publicar fake news e propagar o ódio no País. Nesta quinta-feira, após o patrocínio ter repercussão internacional, a direção da corte fiscal determinou a suspensão do anúncio no Jornal da Cidade Online.
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Alvo de dezenas de ações judiciais por calúnias e propagar notícias inverídicas, o Jornal da Cidade Online também é investigado pela CPMI da Fake News, formada por senadores e deputados federais.
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O Sleeping Giants surgiu nos Estados Unidos e minou o patrocínio nos sites da extrema direita, base do presidente Donald Trump. Um brasileiro, que não quis se identificar por temer ameaças, decidiu criar a versão brasileira. Até o momento, a conta no Twitter já conta com 212,1 mil seguidores. A versão brasileira definiu como principal objetivo “a luta coletiva contra o discurso do ódio e das fake news”.
No Brasil, de acordo com o Uol, o site Jornal da Cidade Online tinha conseguido 903 anúncios nos últimos 12 meses por meio da plataforma de mídia programática do Google. Estas empresas fizeram juntas 1.987 anúncios diferentes no site no mesmo período. O maior anunciante foi o Banco do Brasil, com 28 peças publicitárias diferentes veiculadas na página, de acordo com o portal.
Nesta quinta-feira, o Sleeping Giants Brasil publicou que o Jornal da Cidade Online só tinha uma monetização fixa, a do TCE de Mato Grosso do Sul. A corte fiscal vinha pagando pelo anúncio ser veiculado em todo o território nacional. No Twitter, o site é descrito como “o que mais divulgou Fake News nas eleições de 2018”.
Imediatamente, o TCE ganhou destaque e acabou sendo citado até pelo jornal espanhol El País. A repercussão teve efeito. De acordo com a assessoria do tribunal, o anúncio foi suspenso.
“SIM. A direção do TCE-MS determinou a Agência suspender a veiculação do anúncio no jornal em questão. Ato que foi cumprido”, informou.
Somente ontem, de acordo com o Uol, mais de 20 anunciantes postaram nas redes sociais a retirada de anúncios do Jornal da Cidade Online. No entanto, a suspensão que mais causou barulho foi a do Banco do Brasil.
“Comunicamos que os anúncios de comunicação automática foram retirados e o referido site bloqueado. Repudiamos qualquer disseminação de FakeNews”, postou o Banco do Brasil. O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ficou furioso com a medida e condenou o banco pela medida.
“Marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas. Não falarei nada pois dirão que estou atrapalhando… agora é você ligar os pontinhos mais uma vez e eu apanhar de novo, com muito orgulho! Obs. não conheço ninguém do @JornalDaCidadeO”, postou o vereador.
O Jornal da Cidade Online reagiu ao ataque feito pela Sleeping Giants Brasil. O site acusou ser alvo de grupo organizado de extrema esquerda, que visa censurar mídias de conteúdo independente e conservador.
Sobre a suspensão da veiculação de anúncios pela Dell, o site afirmou ser vítima de “campanha sórdida, articulada por perfil anônimo no Twitter, sonha poder inviabilizar o Jornal da Cidade Online”. “O sonho é onírico, uma fantasia que segundo Freud revela um desejo. O ataque mais sórdido e covarde de ataque é anonimato”, destacou.
Em outra postagem, acusa o Sleeping Brasil Giants de ter viés comunista, como passaram a ser chamados todos os adversários de Bolsonaro, inclusive os amigos, como os ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.