Um campo-grandense de 38 anos, que estava internado desde o dia 30 de abril no Hospital da Unimed, morreu nesta quinta-feira (14) em decorrência de complicações causadas pela Covid-19. Com 14 mortes causadas pela pandemia, Mato Grosso do Sul supera o número de óbitos registrados no Paraguai (11) e Venezuela (10), conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins.
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Três pontos apontam para o agravamento da situação no Estado. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou mais uma morte pelo terceiro dia consecutivo. O outro é a chegada do coronavírus aos pequenos municípios, que não possuem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratar os pacientes. O terceiro é a falha no controle, já que Paranhos confirmou ontem o primeiro caso, mas não notificou as autoridades estaduais.
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A transmissão mantém alta velocidade no Estado, com a confirmação de mais 22 casos nas últimas 24 horas. Conforme o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, são 452 casos confirmados em 33 municípios. O levantamento não inclui Caarapó nem Sete Quedas, que tiveram dois casos confirmados cada, nem Paranhos, que teve o primeiro caso anunciado ontem pelo prefeito Dirceu Betoni (PSDB).
Mais seis casso foram confirmados na pequena cidade de Guia Lopes da Laguna, que passa de 46 para 52 infectados. Mais 16 pessoas apresentaram os sintomas no município e aguardam os resultados dos exames.
O surto ganha força em Ribas do Rio Pardo, com três novos casos confirmados passa a ter nove pessoas com coronavírus. Campo Grande lidera com 167 casos confirmados e a cinco mortes.
A quinta foi registrada no início da manhã de hoje. Um homem de 38 anos morreu após ficar 14 dias internado no Hospital da Unimed. Ele apresentou os primeiros sintomas no dia 22 de abril deste ano, como febre, tosse, dor de garganta, vômito e desconforto respiratório. A internação ocorreu no último dia 30.
Ele permaneceu na UTI por 10 dias. No entanto, o quadro clínico se agravou ontem e ele voltou para ser entubado. A Secretaria Estadual de Saúde informou que ele era diabético, cardiopata e obeso.
Ontem, a secretaria confirmou o primeiro óbito de Brasilândia, que confirmou 15 casos e enfrenta surto da Covid-19. O marceneiro André Cardamone Júnior, 58 anos, morreu às 20h32 de terça-feira (12). Ele estava internado no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas, e teria participado da festa no Dia do Trabalhador em Brasilândia, onde várias pessoas da mesma família contraíram a doença.
No dia anterior, houve a confirmação da primeira morte em Vicentina, de um homem de 62 anos, que realizava tratamento contra o câncer em São Paulo.
A pandemia já causou 14 mortes em Mato Grosso do Sul. Este número é maior que o total registrado no Paraguai, com 11 óbitos, segundo a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. O Estado conta com população de 2,7 milhões, enquanto o país vizinho tem 6,9 milhões.
Compare com alguns países
Local | Mortes | População |
MS | 14 | 2,778 mihões |
Paraguai | 11 | 6,956 milhões |
Venezuela | 10 | 28,8 milhões |
Jordânia | 9 | 9,95 milhões |
Costa Rica | 8 | 4,4 milhões |
Sri Lanka | 9 | 21,6 milhões |
O Paraguai vem se destacando pelo isolamento social rigoroso imposto em todo o País. A fronteira com MS está fechada desde meados de março. Os principais estabelecimentos, como o Shopping China, estão fechados há dois meses.
A quarentena paraguaia ficou famosa com a prisão do prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo. Ele descumpriu a quarentena ao furar o bloqueio na fronteira e passar o Dia das Mães com parentes em Ponta Porã. Ele acabou não tendo o direito nem de ficar em prisão domiciliar. O Paraguai tem 740 casos, no total.
Com 2,7 milhões de habitantes, MS tem mais mortes do que a Venezuela, com população dez vezes maior, de 28,8 milhões. O país de Nicolas Maduro contabiliza, oficialmente, dez mortes, com 440 casos confirmados. A Jordânia, com 9,9 milhões de habitantes, registrou nove mortes. A Costa Rica, país da América Central com 4,4 milhões de moradores, teve oito óbitos, conforme a universidade americana.
Por outro lado, o Estado segue com o menor número de casos confirmados do País. Aliás, é o único com menos de 500 doentes. Um dos problemas é a subnotificação, que acaba ficando evitando com as diferenças entre os números da Secretaria Estadual de Saúde e das prefeituras.
Três Lagoas informa 84 casos confirmados, enquanto o Governo do Estado notifica 77. A secretaria destacou que a diferença ocorre porque o município conta resultado de exame feito em laboratório não certificado.
Ao ser questionado sobre o baixo número de casos em MS, o secretário de Saúde, Geraldo Resende, atribuiu às medidas adotadas pelo Governo do Estado. Ele não admite que há falhas na notificação dos casos.