Com a falta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os profissionais de saúde, o SinmedMS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) quer o pagamento de adicional de insalubridade de 40% do salário mínimo para quem estar na linha de frente da luta contra a pandemia da Covid-19. A entidade pede o pagamento de pensão vitalícia à família do profissional morto em decorrência das infecções causadas pelo coronavírus.
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O pedido foi encaminhado nesta terça-feira (12) aos poderes constituídos pelo presidente da entidade, Marcelo Santana Silveira. A finalidade é resguardar, principalmente, os médicos que possuem contratos temporários ou vínculos autônomos, sem garantias pessoais. A medida deverá ser encampada pelos sindicatos em outros estados. O primeiro a aderir foi o do Pará, onde 11 médicos já morreram na pandemia.
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A situação dos profissionais de saúde é dramática em Mato Grosso do Sul, onde denúncias apontam que falta até álcool gel para ser utilizado nas unidades de saúde privadas e públicas. Em Campo Grande, 15% dos 159 casos notificados são de trabalhadores na área de saúde. Dos 24 casos confirmados, metade (12) são médicos, de acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde. Dos quatro óbitos, um é de dentista – Patrício Magno Portocarrero.
A falta de equipamentos de proteção individual não é o único problema. Conforme ofício de Silveira, falta de retaguarda de suporte à saúde dos profissionais, como monitoramento, testes rápidos e acompanhamento psicológico.
O Sindicato dos Médicos solicitou o pagamento de adicional de insalubridade no grau máximo, equivalente a 40% do salário mínimo. A entidade pede ainda o pagamento de pensão vitalícia para todas as famílias dos médicos já falecidos e que venham a morrer por conta da Covid-19.
“Não é o pagamento! Mas para mostrar que algo está errado! Pagamento só para linha de frente!”, defendeu Marcelo Santana. Ele acredita que o movimento vai servir de alerta e incluir os demais profissionais de saúde, como enfermeiros, técnicos de enfermagem, odontólogos, entre outros.
O pedido foi encaminhado aos prefeitos, ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), aos senadores e deputados federais.
Apesar da situação estar sob controle, por enquanto em Mato Grosso do Sul, o temor é de que a pandemia do coronavírus ganhe força, como já ocorre em vários estados brasileiros. Levantamento do Ministério da Saúde aponta mais de 12,4 mil mortes e 177,5 mil casos confirmados.