As secretarias estadual e municipal de Saúde fecharam dois laboratórios de uma rende particular em Campo Grande que não estavam de acordo com as normas da vigilância sanitária. Em uma das unidades, com “falso positivo”, 50% dos exames apontavam que o paciente estava com a Covid-19.
[adrotate group=”3″]
A interdição do laboratório foi anunciada na manhã desta segunda-feira (4) pelo secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. Ele disse que o laboratório fornecia exames fora dos padrões do Ministério da Saúde – o falso positivo.
Veja mais:
Dentista morre em decorrência da Covid-19, 10ª morte pela pandemia em MS
Com poucos casos e leitos de sobra, MS vira “ilha segura” na pandemia. Mas ainda há perigo?
Casos de Covid-19 dobram em sete dias e morador de MS age como se não tivesse medo da pandemia
Na quinta-feira (30), o Campo Grande News publicou que o laboratório MultiLab, da Di Imagem, na Avenida Mato Grosso, estava dando positivo para 50% dos exames. Um leitor contou que nove pessoas da família fizeram o exame e todos deram positivo para Covid-19.
Devido ao terror provocado pela doença, que já infectou 3,4 milhões de pessoas e causou mais de 240 mil mortes no mundo, eles decidiram refazer os testes em outros laboratórios. “Todos refizeram mais de duas vezes o teste e deram negativo. Isso é caso de saúde pública. Estão causando problemas sociais para as pessoas com esses testes”, lamentou.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a denúncia. O laboratório da DI Imagem, que vinha sendo agendado no drive thru ao custo de R$ 210, estava testando positivo 50% dos exames feitos para Covid-19. O laboratório público tem dado positivo para 8% das amostras.
Somente 2,44% dos 1.146 testes rápidos realizados no drive thru instalado no Corpo de Bombeiros de Campo Grande deu positivo para Covid-19 em Campo Grande.
Ao checar a denúncia, o órgão ainda constatou que outra situação grave no local. “Chamou atenção o fato de resultados diferentes para a mesma pessoa”, informou a secretaria, por meio da assessoria de imprensa.
“Forneceram exames que não estavam dentro dos padrões exigidos pela SES (Secretaria Estadual de Saúde). Muitos deram falsos positivos, quando a gente sabe e a literatura aponta que os exames, principalmente os testes rápidos, há grande percentual de falsos negativos. Estou pedindo ao nosso jurídico para tomar todas as providências”, pontuou Resende.
O primeiro laboratório foi interditado porque não estava de acordo com as exigências da Vigilância Sanitária. O outro teve a realização de exames suspensos para a Covid-19. A assessoria jurídica da Secretaria de Saúde do Estado vai tomar as providências contra a unidade.
Ao liberar a realização dos testes rápidos no País, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) fez ponderação sobre o resultado. “O diagnóstico de Covid-19 não deve ser feito por uma avaliação isolada dos resultados dos testes rápidos. No estágio inicial da infecção, falsos negativos são esperados, em razão da ausência ou de baixos níveis dos anticorpos e dos antígenos de Sars-CoV-2 na amostra. E o resultado do teste positivo indica a presença de anticorpos contra o Sars-CoV-2, o que significa que houve exposição ao vírus, não sendo possível definir apenas pelo resultado do teste se há ou não infecção ativa no momento da testagem”, ponderou o órgão federal.
Apesar da eficiência contestada por especialistas e das ponderações feitas pelos órgãos públicos, laboratórios e farmácias passaram a oferecer o teste para a Covid-19 na Capital. O valor oscila entre R$ 110 e R$ 450.
De acordo com o boletim divulgado hoje, 274 pessoas contraíram a Covid-19 em 22 municípios de Mato Grosso do Sul. A pandemia causou 10 mortes no Estado.
A partir desta semana, o drive thru em Campo Grande vai dobrar a realização de exames de 50 para 100 por dia. Em Três Lagoas, onde há surto da Covid-19, o atendimento passa de dois para três dias e a quantidade de exames coletados de 20 para 30.