A pandemia causada pelo coronavírus não é o único problema, mas, sim, outro grave problema de saúde pública em Mato Grosso do Sul. A epidemia de dengue atinge os 79 municípios, fez 52,3 mil vítimas e já matou 28 pessoas só neste ano. Assim como a gripe causada pelo vírus H1N1, que chegou antes do inverno e causou oito mortes no Estado.
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No entanto, devido à rapidez do contágio e alta taxa de letalidade, a Covid-19 causou mais impacto, porque exigiu medidas drásticas, como a paralisação da atividade econômica e isolamento social. Mesmo com apenas 249 casos confirmados no Estado, com nove óbitos, a pandemia segue como ameaça à população.
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O Brasil notificou 78,1 mil vítimas e 5.466 mortes causadas pelo coronavírus. O número de óbitos supera a China, onde tudo começou e parece estar sob controle desde o início deste mês. No mundo, mais de 3 milhões de pessoas contraíram a Covid-19 e outras 224,7 mil morreram.
Confira os números das epidemias que atingem MS
Dengue | |
Casos | 52.332 |
Mortes | 28 |
Influenza e H1N1 | |
Casos | 1.006 |
Mortes | 8 |
Covid-19 | |
Casos | 249 |
Mortes | 9 |
Para evitar tragédia semelhante, as autoridades de saúde ampliaram o número de leitos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e em hospitais. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, dos 152 leitos intensivistas, apenas um estava ocupado ontem (29). Apenas cinco das 879 vagas nas enfermarias estavam com pacientes.
Só que a mesma tranquilidade não ocorre em relação a dengue. Boletim divulgado nesta quarta-feira (28) mostra que 52.332 pessoas contraíram dengue em quatro meses no Estado. O surto da doença começou no ano passado, quando fez 85.177 vítimas.
A dengue matou 28 pessoas neste ano, contra 29 no ano passado. Em 2020, as mortes ocorreram em Campo Grande (5), Corumbá (4), Chapadão do Sul (2), Mundo Novo (2) e Naviraí (2). Outros 13 municípios tiveram um óbito.
A situação é tão crítica, que até o vírus H1N1 antecipou a chegada ao Estado. De acordo com o Governo Estadual, de janeiro até ontem, oito pessoas morreram em decorrência da influenza no Estado, sendo um de H1N1 e um do Influenza B. As duas doenças podem ser evitadas por meio da vacina disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Seis mortes não tiveram o vírus identificado.
No total, conforme a Secretaria de Saúde, são 35 casos confirmados neste ano da H1N1 em MS. No ano passado, a doença matou 61 pessoas no Estado.
O médico Ronaldo Costa, do Hospital Universitário de Campo Grande, alerta que a situação é dramática e exige atenção máxima da população. Como não há vacina nem remédio, o risco de explosão no número de casos causados pelo coronavírus é iminente no Estado.
Além do contágio se propagar em velocidade meteórica, a Covid-19 leva um número maior de vítimas para a UTI. Outro problema é a taxa de letalidade. A dengue causou a morte de 0,053% (28) dos 52,3 mil infectados. O coronavírus causou a morte de 3,61% dos 249 contaminados no Estado. No País, a taxa de letalidade é de 6,9%. Entre os idosos, o percentual atinge quase 20%.
As medidas de prevenção são simples e ignorada por parte da população. Contra a dengue, limpar os quintais e evitar recipientes e locais que acumulem água. A Covid-19 deve se adotar o isolamento social e lavar as mãos (ou usar álcool gel). O mesmo pode ser adotado contra o H1N1, que é a única das três a contar com vacina.