Pelo menos 13 pré-candidatos já estão definidos para disputar o cargo de prefeito de Campo Grande nas eleições deste ano. A pandemia causada pelo coronavírus deverá marcar a campanha eleitoral. Pela primeira vez em décadas, grandes obras ou falta de projetos de infraestrutura deverão nortear o debate na sucessão municipal.
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A expectativa é de que a Covid-19 perca força até setembro, quando começa a campanha eleitoral, e a população deverá priorizar as ações de retomada da economia, para garantir a geração de empregos e a recuperação da renda dos trabalhadores e empresas. O eleitor deverá deixar em segundo plano as prioridades típicas, como saúde, educação, pavimentação e iluminação pública.
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Com o trabalho elogiado até o momento no combate à pandemia, Marquinhos terá o apoio do primo, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). No início do mês, o médico causou polêmica ao intervir no diretório municipal do partido para impedir a filiação do deputado estadual Coronel David, que deixou o PSL e planejava ser candidato a prefeito com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mandetta vetou porque já fechou o apoio à reeleição do prefeito.
No entanto, os 12 adversários vão centrar fogo nos efeitos das medidas adotadas por Marquinhos, como o fechamento do comércio, das igrejas e dos shoppings. A campanha será marcada pela polêmica do que vale mais, salvar vidas ou a economia. Este tema também deverá marcar a eleição dos Estados Unidos, a ser disputada por Donald Trump e Joe Binden.
Os principais adversários de Marquinhos serão três deputados estaduais e um procurador de Justiça. Márcio Fernandes (MDB) é a aposta do partido para retornar à prefeitura após oito anos, mas que já comandou por duas décadas. O ex-governador André Puccinelli (MDB) será o principal cabo eleitoral.
Capitão Contar (PSL) aposta no apoio de Bolsonaro e na militância da direita. O grupo vem fazendo barulho nas redes sociais ao criticar a quarentena, que pode causar colapso na economia. O deputado até saiu em defesa de Bolsonaro, que passou a ser bombardeado por todos os poderes após participar de um ato em defesa da intervenção militar e do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Na disputa pela primeira vez de um cargo executivo, Pedro Kemp (PT) tem a militância petista e o ex-governador Zeca do PT. O petista pode ter o inédito apoio do PSOL, que caminha para substituir o PCdoB. Conta a favor o ânimo petista, que voltou com tudo após o fiasco das eleições de 2016.
Outro nome é o procurador de Justiça Sérgio Harfouche, que se filiou ao Avante. O principal fator foi o desempenho na disputa do Senado em 2018, quando ficou em primeiro lugar em Campo Grande, superando o ex-prefeito Nelsinho Trad (PSD), que acabou eleito com o apoio do interior.
O ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli (SD), e o empresário Sérgio Murilo, do Podemos, apostam na estrutura financeira para surpreender nas urnas. Miglioli teve o apoio de Reinaldo na campanha para o Senado, mas acabou não retornando ao Governo após a derrotada.
O empresário Guto Scarpanti (Novo) aposta na vontade do eleitor na mudança e no discurso de reduzir o tamanho da máquina. O ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) cogita disputar a prefeitura, mas ainda não conseguiu anular a decisão que o tornou inelegível até 2026.
Outro integrante do Ministério Público é Esacheu Nascimento, que deixou a presidência da Santa Casa de Campo Grande para disputar a prefeitura. O mote da campanha será reestruturar o sistema público de saúde do município.
Completam a lista dos pré-candidatos o ex-secretário municipal de Habitação, Paulo Matos (PSC), o advogado Mário Fonseca (PCdoB) e o ex-vereador Marcelo Bluma (PV).
Maior força na Câmara Municipal e apesar de ter disputado o segundo turno nas eleições de 2016, o PSDB caminha para indicar o candidato a vice-prefeito na chapa de Marquinhos. O partido praticamente bateu o martelo no nome do atual presidente da Câmara Municipal, João Rocha.
Caso dê certo a ideia tucana, os vereadores vão repetir o que ocorreu em 2008, quando Edil Albuquerque, então presidente do legislativo, foi indicado para ser o candidato a vice-prefeito na chapa de Nelsinho.