Quase sete anos após o assassinato do delegado aposentado Paulo Magalhães, 57 anos, ocorrida em 25 de junho de 2013, a Força-Tarefa da Polícia Civil vai desarquivar o inquérito para apurar quem foi o mandante da execução. A reabertura foi autorizada nesta quarta-feira (15) pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, em substituição na 2ª Vara do Tribunal do Júri.
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O magistrado considerou novos indícios apontados pela Operação Omertà, que apura os crimes praticados pelo suposto grupo de extermínio chefiado pelos empresários Jamil Name, 80 anos, e Jamil Name Filho, 42. Eles estão presos na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), a 3,2 mil quilômetros de Campo Grande.
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Não é a primeira vez que Name será investigado por ter ligação com a morte do delegado, ocorrida no Jardim dos Estados. O juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, já tinha determinado ao Garras e ao Gaeco para apurar o envolvimento do jogo do bicho com o crime. No entanto, a investigação não avançou e apenas os pistoleiros foram condenados.
Em agosto de 2018, o júri popular condenou o guarda municipal José Moreira Freires, o Zezinho, a 18 anos de prisão pela execução do delegado. Ele recorreu ao Tribunal de Justiça e teve a pena reduzida para 15 anos. No entanto, Zezinho, que também é acusado de ter executado o universitário Matheus Coutinho Xavier, 20, em abril do ano passado, está foragido.
O outro envolvido no crime é outro ex-integrante da Guarda Municipal, Antônio Benites Cristaldo, 42, que acabou absolvido pelo júri, mas o Ministério Público Estadual recorreu da decisão.
Conforme despacho de Garcete, a Força-Tarefa integrada pelo Garras e pelo Gaeco terá 30 dias para concluir as investigações sobre os mandantes do assassinato de Paulo Magalhães. O inquérito pode ser prorrogado por mais um mês.
Em maio, Jamil Name será interrogado sobre o assassinato do filho do capitão Paulo Roberto Xavier, da Polícia Militar. A retomada da audiência de instrução estava prevista para o dia 21 de maio, mas a defesa do octogenário pediu o adiamento porque já está marcado o julgamento por tráfico de arma e pelo arsenal de guerra encontrado na casa do Bairro Monte Líbano.
O empresário e o outros integrantes do suposto grupo vão a julgamento na 1ª Vara Criminal, presidida pelo juiz Roberto Ferreira Filho. Garcete adiou o julgamento pelo homicídio para os dais 28 e 29 de maio deste ano.
Ele também rejeitou pedido do Gaeco para substituir o depoimento de uma testemunha de acusação, mulher do guarda municipal Marcelo Rios, pelo delegado João Sartori, do Garrras. O pedido foi indeferido porque a esposa vai depor no julgamento da 1ª Vara Criminal. O magistrado achou estranho os promotores a encontrarem para informar da audiência sobre tráfico de armas e não a localizarem falar do assassinato do universitário.
A Força-Tarefa ainda apura a ligação do grupo com os assassinatos do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o sargento Ilson Martins Figueiredo, o ex-segurança do empresário Jorge Rafat, Orlando Fernandes, o Bomba, e Marcel Colombo, conhecido como plaboy da mansão.