O prefeito Marquinhos Trad (PSD) decretou situação de emergência em Campo Grande, onde já foram confirmados sete casos de coronavírus, e suspendeu o atendimento ambulatorial em todas as unidades básicas de saúde. Ele recomendou o fechamento de shoppings e centros comerciais e limitação a 30% do atendimento em bares, lanchonetes e restaurantes.
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Com o decreto de emergência, o prefeito reforça a quarentena da maior parte da população para evitar a propagação do Covid-19. Medida semelhante já foi adotada em Salvador (BA) pelo prefeito ACM Neto (DEM) e em São Paulo, pelo governador João Doria (PSDB).
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No decreto publicado em edição extra do Diário Oficial de Campo Grande, Marquinhos cria o Comitê de Enfrentamento e Prevenção da Covid-19, que será composto por ele, pelo chefe de gabinete, Alex Gonçalves, pelo procurador-geral do Município, Alexandre Ávalos, e pelo secretário municipal de Saúde, José Mauro Castro.
A prefeitura deverá reduzir ao máximo o atendimento ao público e só realizar atendimento presencial mediante agendamento. Servidores com doenças crônicas, gestantes e com mais de 60 anos deverão optar pelo teletrabalho ou funções que não mantenham contato com o público.
Marquinhos determinou o fechamento imediato de espaços públicos municipais fechados, como ginásios de esporte, bibliotecas e teatros.
No decreto, o prefeito recomenda a suspensão de atividades nas academias de ginástica e centros de ginástica. Marquinhos pede ainda o fechamento, por 15 dias, de centros comerciais e shoppings, como o Campo Grande, Bosque dos Ipês, Norte Sul e Pátio Central.
Os bares, restaurantes e lanchonetes devem limitar o funcionamento a 30% da capacidade. Isso significa que um estabelecimento com capacidade para 100 pessoas, só deverá receber 30. A medida é recomendada, mas deverá ser seguido pelos estabelecimentos como colaboração com as autoridades de saúde pública.
O prefeito restringiu ainda mais a liberação de eventos em igrejas, cinemas, teatros, eventos esportivos, entre outros, de 100 para 50 pessoas. Caso a prefeitura constate que o evento teve a aglomeração acima do permitido, o estabelecimento perderá o alvará de funcionamento.
O secretário municipal de Saúde determinou a suspensão do atendimento ambulatorial em todas as unidades básicas de saúde e da saúde da família. A partir de agora, os locais vão priorizar o atendimento de doentes com os sintomas da dengue e do Covid-19.
O mesmo vale para todos os hospitais, que deverão suspende cirurgias eletivas. Além dos 100 leitos disponibilizados no Hospital do Pênfigo e no HR, a secretaria conseguiu mais 25 no Hospital do Câncer.
O Hospital Regional Rosa Pedrossian cogita firmar convênio com o Exército para instalar tendas para atender os pacientes com o coronavírus no pátio da instituição. Com o acordo, o Governo resolve o problema da falta de médicos e de máscaras. O hospital de campana militar já foi montado na Capital durante a epidemia de dengue em 2002.
A Arquidiocese de Campo Grande vai baixar uma resolução mais restritivo no início da noite desta quarta-feira. O arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa deverá proibir missas, cultos e encontros durante a emergência em todas as igrejas.
“Os senhores padres são instados a celebrar diariamente a Santa Missa de forma privada, nas intenções do povo que lhes é confiado; na medida do possível, que essas Santas Missas sejam transmitidas pelas redes sociais, para que os fiéis possam se nutrir da meditação da Palavra de Deus e por uma comunhão espiritual”, determinou Barbosa.
A Missa do Crisma, que abre as celebrações da Semana Santa na quinta-feira, está mantida para a Catedral de Santo Antônio e Nossa Senhora da Abadia, no Centro, mas apenas com a participação dos padres e do arcebispo.
Os padres só estão autorizados a realizar os batizados já agendados. Os casamentos vão ser mantidos, mas os noivos deverão assumir a responsabilidade de que vão seguir as normas determinadas pelas autoridades sanitárias.
O pânico pela pandemia tomou conta da população sul-mato-grossense. Milhares de consumidores estão superlotando os atacarejos e supermercados para estocar alimentos e produtos de limpeza.
Em Campo Grande, o decreto de Marquinhos deixa claro que não serão fechados, durante o período de emergência, supermercados, farmácias e clínicas médicas.