Para evitar a propagação rápida do coronavírus, responsável pela pandemia que atingiu mais de 150 mil pessoas no mundo e matou 5,7 mil, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) anunciou a antecipação das férias escolares nas escolas públicas municipais e proibiu aglomerações com mais de 100 pessoas em Campo Grande. Decreto a ser publicado nesta segunda-feira (16) proíbe até cultos e missas.
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Por outro lado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ainda tenta manter a rotina. A Secretaria Estadual de Saúde informou, por meio da assessoria, que, “às 13h56 deste domingo continua valendo a recomendação de manter as aulas”. Com a medida, apenas as aulas nas escolas municipais vão ser suspensas a partir de quarta-feira (18).
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Em reunião na tarde deste domingo, o prefeito reuniu a equipe para anunciar o decreto, que segue as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde. No sábado, foram confirmados os primeiros dois casos de coronavírus na Capital.
As aulas na rede municipal vão ser suspensas por 15 dias. No entanto, a medida poderá ser prorrogada por mais tempo. Como não tem poder para obrigar, o município fará recomendação que a medida seja adotada pelas escolas estaduais e privadas na Capital.
O decreto suspende todos os eventos com aglomeração de mais de 100 pessoas, como cultos, missas e eventos esportivos, artísticos, políticos, científicos e comerciais. A medida deverá adiar a realização da Expogrande, prevista para começar no dia 26 deste mês. Campeonatos esportivos estão autorizados, desde que realizados sem a presença da torcida e com portões fechados.
“Não há motivo para pânico. Campo Grande possuí uma estrutura de saúde robusta, com dez unidades de urgência e 71 unidades básicas de saúde, que está preparada para enfrentar essa doença. Além disso, estamos reforçando a disponibilização de leitos junto a rede hospitalar conveniada para conseguir atender o eventual aumento de casos graves. Estamos agindo antecipadamente a fim de resguardar a saúde de nossa população, portanto, tais medidas saõ necessárias”, afirmou o prefeito.
Para garantir o atendimento dos casos graves, a prefeitura colocou mais de 100 leitos de retaguarda no Hospital do Pênfigo, na saída para Sidrolândia, e no Hospital Regional de MS Rosa Pedrossian.
Marquinhos segue o exemplo de autoridades em outros estados. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), suspendeu as aulas por 15 dias na rede pública e privada e eventos com mais de 100 pessoas. Ele pediu a redução no número de pessoas em shoppings, bares e restaurantes e recomendou o fechamento das salas de cinema.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a suspensão gradual das aulas de 15 a 23 de março e proibiu aglomerações com mais de 500 pessoas. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), determinou a suspensão de eventos governamentais com mais de 100 pessoas e recomendou a mesma medida para a iniciativa privada.
No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB), suspendeu as aulas em todas as instituições de ensino, públicas e privadas, por 20 dias. Em Brasília, o decreto abrange até universidades e faculdades.
Em Pernambuco, a prefeitura de Recife antecipou as férias escolares de 15 dias e suspendeu as aulas. O governador Paulo Câmara (PSB) suspendeu todos os eventos com mais de 500 pessoas e partidas de futebol só serão permitidas com portões fechados.
A pandemia levou a imposição de quarentena em vários países da Europa, que também suspenderam missas, cultos e eventos em geral.
Já em Mato Grosso do Sul, a assessoria do governador Reinaldo Azambuja informou que avalia as medidas com as autoridades de saúde. O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, segue a determinação da reunião de sexta-feira, de que a suspensão das aulas pode comprometer ainda mais o combate ao coronavírus.
Reitores e Governo discutem medidas em universidades nesta segunda
O CRIE-MS (Conselho de Reitores das Instituições Federais de Ensino Superior) de Mato Grosso do Sul se reúnem amanhã, às 14h, com o Governo do Estado para alinhar e discutir os procedimentos adotados para a prevenção do coronavírus (Covid-19) nas universidades e tomarem decisões conjuntas e integradas.
“A situação necessita de decisões consensuais e uma somatória de esforços quanto à imensa preocupação da continuidade das atividades letivas. Precisamos ter uma uniformidade das decisões para tranquilizar nossa comunidade universitária de que estamos tendo todo o cuidado nesse momento tão difícil para o nosso estado e país, em decorrência de um panorama que atinge todo o mundo”, afirmou o reitor da UFMS, Marcelo Turine.