Os coordenadores de seis movimentos de rua anunciaram, oficialmente, o cancelamento da manifestação contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. No entanto, apesar da pandemia do coronavírus e do apelo de Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado estadual Capitão Contar (PSL) manteve a moto-carreata para protestar contra os parlamentares federais e em apoio ao presidente da República no domingo (15).
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Mesmo com a #DesculpaJairMasEuVou, os grupos QG Voluntários do Bolsonaro, Pátria Livre, Chega de Impostos, Fora Corruptos, Avança Brasil e Nas Ruas decidiram suspenderam a passeata de domingo em decorrência do avanço da pandemia no Brasil. “Frente ao avanço da epidemia de coronavírus e o risco de aumentar a propagação com aglomeração de pessoas, o nosso Presidente gravou vídeo ao lado do Ministro Mandeta, da saúde, recomendando que a manifestação fosse adiada por uns dois ou três meses”, justificaram.
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“Reforçamos nosso incondicional apoio ao nosso presidente. Estaremos a postos, em plantões diários no QG Voluntários do Bolsonaro atendendo a população, preenchendo e recebendo as fichas de apoiamento à criação do partido dele, o Aliança pelo Brasil e vendendo camisetas”, garantiu Sirlei Ratierl, coordenadora do QG Voluntários do Bolsonaro e Pátria Livre em MS.
“Estamos a cada dia mais coesos no apoio ao nosso presidente da República, ao presidente que elegemos. Esperamos que o tsunami de força que a simples organização do ato estava mostrando, já sirva de alerta aos corruptos do Congresso e do STF. O povo está com Bolsonaro!”, alertou.
Por outro lado, a moto-carreata de apoio ao presidente foi mantida pelo Capitão Contar. “Acreditamos que o presidente Bolsonaro foi muito coerente em seu posicionamento. Por isso, nesse domingo, não podemos dar um recado negativo ao resto do mundo, nem de desobediência às orientações oficiais. A imprensa marrom poderá deturpar nossas ações e tentar confundir nossos objetivos”, afirmou o parlamentar, mantendo o clima de guerra com os meios de comunicação.
“Diferentemente da passeata a pé, estaremos protegidos em cima de nossas motos, ao ar livre, de máscara, luvas e capacete, não havendo qualquer contato físico. Circularemos com no mínimo 3 metros de distância um do outro, além de outras medidas de segurança”, explicou o deputado.
No comunicado a respeito da manifestação do dia, o deputado do PSL ressaltou que os participantes deverão comparecer de máscaras e não poderão retirar a proteção nem para as fotografias. “Proibido qualquer contato físico”, recomendou, deixando expresso o veto a cumprimentos e abraços.
O famoso tereré, uma marca genuinamente sul-mato-grossense, está terminantemente proibido na manifestação para evitar a proliferação do coronavírus. “5. Cada um na sua moto, de verde-amarelo, respeitando as regras básicas de trânsito e higiene, sem aglomeração à pé ou atentar contra a segurança do grupo”, orientou.
A concentração dos motociclistas vai ocorrer a partir das 15h30 no Yotedy, no estacionamento do Parque das Nações Indígenas, na Rua Antônio Maria Coelho. Cerca de 40 moto-clubes participarão da moto-carreata, que era promessa de ser a maior da história de Mato Grosso do Sul antes do temor da pandemia.
“Além do coronavírus, precisamos nos proteger e combater outras doenças e pragas que assolam nosso país”, concluiu Contar.
O convid-19 já foi confirmado em mais de 150 pessoas no Brasil. A pandemia começou na China e já atingiu mais de 100 países, com 120 mil vítimas e 4,5 mil mortes.
Inicialmente, Bolsonaro minimizou a doença. No início da semana, ele classificou o coronavírus com fantasia da grande imprensa. Desde a manhã de ontem, o presidente foi isolado após a doença ser confirmada no chefe da Secretaria Especial de Comunicação, Fábio Wajngarten.
O Ministério da Saúde orientou os estados e municípios a dotar uma série de medidas para evitar a propagação da doença no Brasil. A proposta prevê antecipação das férias escolares, suspensão das viagens internacionais, cancelamentos de eventos esportivos e de massa, culturais, artísticos, científicos, políticos, comerciais e religiosos, além da concentração de pessoas em velórios.