Movimentos de Campo Grande ensaiam ignorar o apelo feito em rede nacional pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e manter a manifestação contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Ele pediu o adiamento do protesto para evitar a propagação mais rápida no Brasil do coronavírus, que já infectou mais de 120 mil pessoas no mundo e matou mais de 4 mil em 100 países.
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Três dias após afirmar que a pandemia era “fantasia da grande mídia”, o presidente foi obrigado a realizar o teste do coronavírus e ficar de quarentena, porque um integrante da comitiva na viagem aos Estados Unidos está contaminado. Nesta quinta-feira (12), exames confirmaram o coronavírus no secretário especial de Comunicação, Fábio Wajngarten.
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De máscara, ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro gravou vídeo para as redes sociais para falar da suspeita. O resultado do exame do presidente fica pronto nesta sexta-feira (13).
De acordo com Mandetta, que é médico ortopedista, o maior temor é a doença atingir idosos com mais de 60 anos. No entanto, apesar do presidente ter 64 anos, o ministro ponderou que ele realiza atividades físicas, sobreviveu a uma facada e mostrou ter imunidade boa.
Caso o exame confirme o vírus no corpo do presidente, mesmo não manifestando os sintomas, ele e a primeira-dama, Michele Bolsonaro, vão ficar isolados no Palácio da Alvorada, em Brasília. A viagem do presidente para Mossoró (RN) foi suspensa na manhã de hoje.
Como já foram confirmados 85 casos e 1,4 mil estão sob investigação, o temor do Governo é a explosão no número de casos como ocorreu na Itália. Em pronunciamento em rede nacional, Bolsonaro pediu para a população evitar grandes concentrações e suspender os protestos do dia 15 de março.
Ele destacou que o movimento é espontâneo, mas ressaltou a importância de se adotar medidas para evitar a proliferação da doença no Brasil. Imediatamente, movimentos anunciaram a suspensão das manifestações.
No entanto, em Campo Grande, os defensores do presidente estão divididos. “Sei q o Sr é obrigado a fazer o q fez @jairbolsonaro, mas… vamos p ruas, precisamos. Vc não nos chamou, nós dos movimentos d rua, das redes, do twitter… povo brasileiro de bem é que estamos organizando e nos unindo fisicamente e a uma só voz, gritamos #DesculpaJairMasEuVou”, postou Fabrícia Salles, do grupo Nas Ruas.
“Isso mesmo Fabricia, vamos mostrar que somos inteligentes. Porque tantos governadores e políticos estão unidos contra a manifestação?? No carnaval ninguém se preocupou nem coronavírus. Eles querem ver presidente de joelho pra eles. Somos livres. As ruas e nossa”, apoiou Maria Star.
“#DesculpeJairMasEuVou ninguém arreda pé vai de mascara”, postou outro internauta. “Jamais! A pandeimprensa e comunavirus querem exatamente isso. A corrupção matou e continua matando munto mais. #DesculpaJairMasEuVou”, concordou outro.
“Brasileiros do bem se liguem no recado do nosso Presidente ele está de máscara, porque em uma live de três pessoas? A mensagem é vamos pra rua com máscara…BRASIL ACIMA DE TUDO E DEUS ACIMA DE TODOS”, postou Bruno Rebello.
“Verás que um filho teu não foge à luta. Nem teme, quem te adora, a própria morte”, postou Weslley Conservador.
Os grupos Pátria Livre, QG Voluntários do Bolsonaro, Fora Corruptos, Avança e Chega de Impostos ainda não decidiram se vão suspender ou manter o protesto de domingo. O deputado estadual Capitão Contar (PSL) não se manifestou, já que organiza uma moto-carreata.
Outros dois movimentos devem reunir grande concentração de pessoas na Capital. No sábado, grupos de esquerda vão relembrar os dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), do Rio de Janeiro.
Na quarta-feira (18), sindicatos e federações dos trabalhadores vão às ruas no protesto pela manutenção do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica).