Pelo menos três dos oito deputados federais por Mato Grosso do Sul criticaram o protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal no próximo domingo (15). O mais incisivo tem sido Fábio Trad (PSD), que classificou a manifestação em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como “assassinato da democracia” e “crime de Estado”. A reação nas redes sociais foi imediata e a maioria se posicionou contra os parlamentares.
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Alguns até passaram a ameaçar Trad. “Raivosos nunca, ainda não pegamos vc no aeroporto enchemos de porrada ainda, então estamos só no cunho de protesto, AINDA, Mais fica espertinho se um dia tiver saindo na rua e tomar uma porrada bem dada”, postou internauta identificado com Kleber Candota.
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Fábio destacou a ameaça no Twitter. “Vejam o argumento mais ‘elevado’ que recebi pelo fato de ter criticado a ideia de fechar o Congresso e o STF pelos raivosos que querem acabar com a nossa democracia”, reagiu.
A “guerra” entre o parlamento e o grupo de Bolsonaro ganhou combustão extra no sábado. A caminho dos Estados Unidos, Bolsonaro defendeu o protesto no sábado. Ele aproveitou para convocar a população a defender o seu governo nas ruas no dia 15 de março deste ano.
Para o deputado federal Fábio Trad, que foi presidente da OAB/MS, o ato de domingo é gravíssimo. “Os que, cinicamente, negam que a manifestação do dia 15 tenha como pauta o assassinato da democracia brasileira já estão com as mãos tintas de sangue. No mínimo, cúmplices diretos do crime de Estado. As faixas e cartazes do dia fatídico serão provas documentais para a História”, postou o parlamentar.
Outro que condenou a manifestação de forma contundente foi Dagoberto Nogueira (PDT). “O presidente Jair Bolsonaro disparou mensagens, por meio do WhatsApp, convocando apoiadores para ato contra o Congresso Nacional e o STF que deve ser realizado em 15 de março. Não vamos permitir mais esse ato autoritário contra o povo e a violência contra a democracia”, acusou o pedetista.
No mesmo sentido se manifestou Beto Pereira (PSDB). “Ainda quero crer que o presidente não esteja conclamando a população contra o Congresso Nacional. A democracia é maior que qualquer ideologia ou adoração a imagem de quem quer que seja. Confirmada esta informação, como brasileiro, não me furtarei a estar do lado certo da história”, tuitou o tucano.
A maior parte dos internautas manifestou-se a favor do protesto. “Vc já está do lado errado da história, vc está no PSDB que é o partido que duvidou do resultado da urnas em 2014, ateou fogo no Brasil e tem ministro no atual governo”, postou Carlos Aidar.
“Cinismo mesmo é afirmar que a manifestação do dia 15 é contra o Congresso”, lamentou Carlos Félix. “Me mostra algo mais democrático que uma manifestação ordeira e pacífica, que, aliás é prevista em nossa Constituição? Ataque contra a democracia é o que as velhas raposas estão tentando fazer”, comentou Jefferson Pessoa.
“Político com medo do povo na rua, nada de novo!”, disse Jaime Luís Nogueira. “É por este tipo de postura que o Sr. Jamais terá o meu voto”, respondeu outro a Dagoberto. “Deputado mais traidor de MS…. faz de tudo contra seu povo… lamentável…falar até papagaio fala…”, reagiu César André a Fábio Trad.
“Deputado ou o Sr é um tonto ou é um cúmplice, não queiram fazer o povo de besta, o parlamento com esses partidos de centro, estão enrolando o Brasil. Esse Rodrigo Maia está enrolando tudo. E, o Sr tbm. Por que deixaram morrer o decreto da carteira de estudante?”, questionou Wesley Beserra.
Também houve apoio aos parlamentares e críticas a Bolsonaro. “É blefe! Ele faz esses discursos de invencionices para esconder assuntos de combustíveis caros, carne cara…”, postou Lisandro Roberto.
“Cidadão do bem não deve ter tomado a vacina contra a febre aftosa”, afirmou Alexandre Magno, ao sair em defesa de Fábio Trad. O deputado também não perdeu a oportunidade de cutucar os críticos. “Esses robozinhos de direita raivosa não perdem por esperar. Serão vítimas da própria esperteza”, previu.
Em Campo Grande, a manifestação conta com o apoio de cinco movimentos, como Nas Ruas, Chega de Impostos, Fora Corruptos, Avança e Pátria Livre. A concentração será a partir das 16h na Avenida Afonso Pena, em frente ao Obelisco, e seguirá em passeata às 17h até o Ministério Público Federal.