Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul vão à manifestação contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, prevista para o dia 15 deste mês. Por meio das redes sociais e de grupos de aplicativos, eles estão arrecadando dinheiro e financiando adesivos, faixas e trio elétrico para defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manifestação.
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O produtor rural Júlio Nunes, um dos coordenadores da manifestação, garante que o grupo defende a democracia e não irá às ruas para defender o fechamento do Congresso Nacional. “Não defendemos (o fechamento do parlamento e do STF) de forma alguma”, assegurou.
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“Elegemos o Bolsonaro pela via democrática e vamos às ruas defender que o Congresso apoie as mudanças que o Brasil precisa”, ressaltou. “Queremos que eles se portem de maneira correta”, explicou, sobre os atritos ocorridos entre o Governo e os parlamentares.
A polêmica ganhou força com o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete da Segurança Institucional, que se revoltou com o orçamento impositivo. Pela proposta aprovada, o presidente não poderia mudar o gasto de R$ 30 bilhões, que seria definido pelo relator do Orçamento Geral da União.
“Não podemos aceitar esses caras (parlamentares) chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”, declarou o general no mês passado, ressuscitando o movimento pela volta da ditadura militar e pelo fechamento do Congresso Nacional. A polêmica ganhou força após Bolsonaro compartilhar um vídeo convocando a população para o protesto no dia 15 deste mês.
Nesta quarta-feira (4), acordo firmado entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) e Bolsonaro garantiu a manutenção dos vetos. Com a decisão, o valor a destinado as emendas parlamentares caiu de R$ 30 bilhões para R$ 15 bilhões.
O acordo não esfriou os ânimos para a manifestação do dia 15 de março, que conta com o apoio dos grupos Nas Ruas, Chega de Impostos, Fora Corruptos, Avança e Pátria Livre. Júlio Nunes também faz parte do “QG Voluntários do Bolsonaro”, que vem participando ativamente da organização do protesto.
Para viabilizar o evento, produtores rurais contribuíram com valores entre R$ 50 e R$ 200. De acordo com Nunes, a arrecadação superou as expectativas. O dinheiro será investido na confecção de adesivos, cartazes, faixas, barracas, água e trio elétrico.
A concentração começa às 16h na Avenida Afonso Pena, em frente ao Obelisco, e a passeata deverá começar às 17h de domingo.
Esta será a primeira grande mobilização dos bolsonaristas desde a manifestação convocada para defender a manutenção do Coaf nas mãos do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Só que o protesto não alterou a decisão dos deputados e senadores, que tiraram o órgão do ex-juiz e o transferiram para o Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes.