A abertura da janela partidária aos vereadores, de 5 de março a 3 de abril deste ano, vai mudar a configuração poltica da Câmara Municipal de Campo Grande. O PSD, do prefeito Marquinhos Trad, e o DEM, dos ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura), vão ganhar força e devem receber o maior número de parlamentares. Já o PSDB, marcado pelo aumento de impostos do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), pode perder metade dos vereadores.
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A mudança partidária vai definir a força política dos partidos e começa a indicar quem serão os protagonistas das eleições de 2022. Com dois vereadores, a sigla de Marquinhos pode receber mais seis e se tornar a maior bancada do legislativa. Detentor da maior força na Casa, o ninho tucano deve enfrentar uma debandada.
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A esquerda também vai ficar encolhida, com a saída dos dois vereadores do PDT, Ademir Santana e Odilon Júnior, e ficará restrita a Ayrton Araújo (PT), que não repete a atuação peculiar ao seu partido.
Previsto desde o fim da campanha eleitoral de 2018, quando o pai, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira descobriu que o PDT era de esquerda e fechou acordo com Marquinhos, indicado o empresário Hebert Assunção para a Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimetno), Júnior vai se filiar ao PSD.
Está praticamente certo que Valdir Gomes (PP), Otávio Trad (PTB) e William Maksoud (PMN) também devem embarcar na sigla de Marquinhos. Mais dois vereadores analisam tomar o mesmo destino, Dr. Antônio Cruz (PSDB) e Ademir Santana. O diretor do Hospital Evangélico pode optar pela Aliança pelo Brasil, partido do presidente Jair Bolsonaro, mas que corre risco de não ser criado até o dia 6 de abril deste ano. Santana cogita outra opção, ingressar no ninho tucano.
O PSDB pode perder mais dois vereadores. André Salineiro, que é policial federal e foi eleito na onda da Lava Jato, já bateu o martelo e vai se filiar ao DEM, principalmente, pela afinidade com a ministra Tereza Cristina. “(Não falta) praticamente nada (para se decidir), tenho bastante afinidade com a ministra e estarei indo para somar. Só não quero falar pra você que é 100%, mas é 99%”, afirmou.
Outro que deve ser filiar ao DEM é o vereador Eduardo Cury, que está sem partido e foi coordenador do Samu. O Democratas ia ficar sem nenhum representante na Câmara com a saída de Vinícius Siqueira, mas vai ganhar dois vereadores e ainda poderá lançar candidato próprio à sucessão de Marquinhos.
Siqueira vai se filiar ao PSL, presidido pela senadora Soraya Thronicke, que não contava com nenhum vereador. “Meu grupo pró impeachment da Dilma (Rousseff, PT) está todo lá. É natural que eu vá”, explicou o vereador, que se transformou em pedra no sapato do prefeito.
O PSB conta com três vereadores e pode perder dois. Caso mantenha o projeto de lançar o presidente da Cassems, Ricardo Ayache, candidato a governador em 2022, a sigla pode perder espaço na Capital. Júnior Longo aventa a possibilidade de se filiar ao PSDB.
As mudanças mostram a força dos pré-candidatos a prefeito. Marquinhos já confirmou que é candidato à reeleição e vem reunindo o maior número de apoios.
A perda de força no legislativo deve surpreender o Reinaldo, que conseguiu filiar prefeitos e atualmente o PSDB controla 47 municípios. Na Capital, os tucanos seguem divididos entre apoiar a reeleição de Marquinhos ou lançar candidato próprio.
Esta será a primeira eleição em que não será permitida coligação na proporcional. Isso significa que ao votar no candidato de um partido, o eleitor não vai correr o risco de garantir votos para o filiado a outro seja eleito.