Com o aumento de 20% na alíquota do ICMS, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) colocou Mato Grosso do Sul na contramão do Brasil. Conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo), nos últimos 20 dias, o preço da gasolina caiu em 23 estados brasileiros, mas ficou mais caro em MS. O custo médio do litro passou de R$ 4,368, conforme levantamento divulgado no dia 1º de janeiro deste ano, para R$ 4,486, de acordo com a pesquisa publicada hoje (22).
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A gasolina ficou mais cara porque o governador tucano, com o apoio de 15 deputados estaduais, elevou o ICMS de 25% para 30% no último dia 12 deste mês. O aumento da carga tributária ocorreu logo após o desafio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para que os estados zerassem o ICMS sobre os combustíveis.
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Em decorrência da elevação da carga tributária, o menor valor cobrado pelo litro da gasolina teve reajuste de 6,1%, considerado o preço cobrado na semana anterior, de R$ 4,05, que passou para R$ 2,299. Em relação ao final de janeiro, quando o preço mínimo era de R$ 4,09, houve acréscimo de R$ 0,20 (4,88%).
O maior valor passou de R$ 4,849 para R$ 4,999, acréscimo de R$ 0,15. O reajuste não foi maior por dois motivos. O primeiro foi a redução no preço da gasolina pela Petrobras. O segundo é a ofensiva do Governo, através do Procon e da Polícia Civil, para combater o reajuste abusivo. Os postos até reduziram a margem de lucro no período de R$ 0,40 para R$ 0,36, conforme a ANP.
Confira a evolução do preço no Estado
Gasolina | Dia 1/2 | Dia 22/2 |
Preço médio | R$ 4,368 | R$ 4,486 |
Menor valor | R$ 4,099 | R$ 4,299 |
Maior valor | R$ 4,849 | R$ 4,999 |
Fonte: ANP |
Além dos sul-mato-grossenses, moradores de mais três estados estão pagando mais caro pela gasolina neste mês: Alagoas (alta de R$ 0,036), Rondônia (acréscimo de R$ 0,147) e Sergipe (R$ 0,018).
Mais sorte tiveram os motoristas do Maranhão, governado pelo ex-juiz Flávio Dino (PCdoB), onde a gasolina teve queda de R$ 0,147, como preço médio despencando de R$ 4,501 para R$ 4,354, de acordo com a ANP.
Queda semelhante de R$ 0,14 ocorreu no Rio Grande do Norte, comandando por Fátima Bezerra (PT), onde o valor médio passou de R$ 4,809 para R$ 4,669. Houve queda de R$ 0,10 no custo médio ao consumidor na Bahia (de R$ 4,678 para R$ 4,568), em Goiás (de R$ 4,794 para R$ 4,693) e Rio Grande do Sul (de R$ 4,752 para R$ 4,662).
Até no lugar mais barato do País para se comprar gasolina teve queda de dez centavos, em Roraima, o valor médio passou de R$ 4,284 para R$ 4,191. Em MS, o preço médio é 7% mais caro (R$ 4,486).
Berço da Petrobras, o Rio de Janeiro continua com a gasolina mais cara, mas o valor médio ficou abaixo dos R$ 5 – de R$ 5,025 para R$ 4,998. No entanto, o preço mínimo pago pelos cariocas despencou quase 50 centavos, de R$ 4,665 para R$ 4,177.
Mesmo sendo obrigada a pagar mais impostos, a população tem se mostrado conformado com a gasolina mais cara. Somente o MBL (Movimento Brasil Livre) tem insistido em realizar protestos contra o aumento do ICMS sobre o combustível.
A primeira manifestação levou 50 pessoas para a Avenida Afonso Pena, na frente do Ministério Público Federal no último domingo (16). Ontem à noite, o grupo realizou carreata para protestar contra o governador pelo aumento do ICMS. Cerca de 30 veículos participaram do protesto, que percorreu a Avenida Afonso Pena entre o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o MPF.
No percurso, vestidos de super-heróis, os líderes do MBL fizeram discursos ferinos contra o tucano e o chamaram de “traidor”. “Olelele, Olala!! Se não descer o imposto, o Reinaldo vai dançar”, foi um dos hits entoados pelos manifestantes. Motoristas fizeram buzinaço para demonstrar apoio à carreata contra o aumento do ICMS.
De acordo com Lucas dos Santos, o MBL vai realizar manifestações até o governador reduzir o ICMS sobre a gasolina de 30% para 25%. A meta do grupo é reduzir para 20%, mesmo percentual aplicado sobre o etano. O desafio é obter apoio da população, que continua em casa, “contente” por pagar mais caro pela gasolina.