O fiasco do primeiro protesto não desanimou o MBL (Movimento Brasil Livre). A entidade convocou carreata na próximas sexta-feira (21) para protestar contra o aumento do ICMS sobre a gasolina de 25% para 30%, que deixou o combustível mais caro no Estado. Desta vez, manifestação ocorrerá às 17h e no horário de pico, facilitando a adesão de quem tiver indignado com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
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Em postagem nas redes sociais, a entidade conclama a população a lutar pela redução do tributo. “Vamos continuar indo as ruas, das formas mais variadas possíveis, todas de forma ordeira como o brasileiro sempre fez, até que o Governador recue com o imposto da gasolina, ICMS, de 30% para 25%”, destacou.
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Disposta a firmar trincheira contra o aumento da carga tributária no País, o MBL-MS promete insistir nos protestos até obter apoio político para obrigar o tucano a reduzir o ICMS sobre a gasolina para 20%, mesmo percentual aplicado sobre o etanol.
A carreata é o segundo ato contra o aumento do ICMS pelo governador sul-mato-grossense. No domingo, cerca de 50 pessoas compareceram a manifestação na Avenida Afonso Pena, em frente ao Ministério Público Federal.
A meta para a carreata de sexta é modesta. “Vamos aproveitar o final de semana de carnaval para conversar com as pessoas do Centro durante a carreata. Nossa expectativa é entorno de uns 20, 40 carros durante a sexta-feira”, afirmou o porta-voz do movimento, Lucas dos Santos.
O grupo aposta no fenômeno semelhante ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O primeiro protesto contra a petista reuniu 90 pessoas em Campo Grande. O último levou mais de 100 mil pessoas à Avenida Afonso Pena, em uma das maiores mobilizações populares da história.
“É importante que as pessoas vão, porque a presença delas demonstra não só ao governador como aos deputados estaduais que elas estão insatisfeitas com esse aumento”, conclama Santos, destacando que a mobilização só terá êxito se o cidadão deixar a zona de conforto.
“Como é um ato estadual, reconhecemos que a adesão é sempre baixa, porque as pessoas não estão acostumadas a protestar por pautas estaduais, mas para tudo tem um início, e junto com diversos grupos e pessoas, vamos tentar iniciar isso. Iniciar um tempo onde os sul-mato-grossenses pressione os políticos locais para que votem da maneira correta”, destacou.
A carreata está prevista para começar na Avenida Afonso Pena, na frente do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A intenção é promover buzinaço em toda a extensão da via, que vai até o início do Parque dos Poderes. A intenção do MBL é seguir, pelo menos, até o MPF.
O aumento do ICMS provocou aumento de até R$ 0,30 no litro da gasolina no Estado. Em alguns municípios, o litro do combustível passou a custar R$ 5. Na Capital, os postos estão vendendo em torno de R$ 4,40 a R$ 4,50.
Reinaldo também elevou em até 71% a alíquota sobre o Fundersul cobrado sobre grãos, boi, madeira e cana-de-açúcar.
No primeiro mandato, o tucano elevou o IPVA sobre veículos em 40%, com o aumento da alíquota de 2,5% para 3,5%. Ele ainda aprovou o aumento de 50% do ITCD. Em todas as ocasiões, os deputados ignoraram protestos de produtores rurais, comerciantes e empresários.
Eventual fiasco dos protestos contra o aumento de impostos dará força ao tucano para impor outras medidas impopulares.
O curioso é que nenhum sindicatou, entidade ou partido de esquerda, que supostamente diz defender a população, ainda aderiu ao protesto contra o aumento do ICMS aprovado por um governador tucano.