A intervenção do Procon reduziu em 11% o preço médio da Placa Mercosul em Mato Grosso do Sul, de R$ 300 para R$ 266. No entanto, o valor continua sendo o 2º mais caro no País, só atrás do Amapá, localizado a 2,3 mil quilômetros de Campo Grande.
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Tratado como rico pelos órgãos públicos e penalizado pela livre concorrência, o sul-mato-grossense ainda paga 146% a mais em relação aos R$ 108,30 cobrado no Espirito Santo. Em relação aos estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso e Goiás, onde o proprietário de veículo paga R$ 120, o custo é 121% maior.
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Inicialmente, o valor cobrado pela PIV (Placa de Identificação Veicular), em vigor desde o dia 1º deste mês, era de R$ 280 a R$ 320. O Detran (Departamento Estadual de Trânsito) isentou-se de responsabilidade e atribuiu o alto valor à livre concorrência.
Apesar de ficar chocado com o altíssimo valor cobrado pelas estampadoras, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) decidiu não intervir nem repetir o exemplo do colega de partido, João Doria, de São Paulo. O paulista definiu o valor máximo em R$ 138.
Devido à repercussão do valor, já que cobra uma das alíquotas de IPVA mais caras do País, Reinaldo determinou a intervenção do Procon. O superintendente do órgão, Marcelo Salomão, convocou as empresas e conseguiu reduzir o custo final ao contribuinte em 11,1%.
O menor valor será cobrado pela Íons Placas, de Campo Grande (R$ 258 pelo par). Na Capital, as demais vão cobrar de R$ 265 e R$ 266. A placa de motocicleta custará entre R$ 129 e R$ 135. Já Em Ponta Porã, Três Lagoas e Dourados, o valor será de R$ 270.
Salomão acredita que o valor poderá ter mais redução com o aumento da concorrência. “Temos poucas empresas credenciadas”, lamentou o superintendente do Procon. Ele tem esperança de que o credenciamento de uma fábrica no Estado amplie a queda no preço.
Ele citou o exemplo do Paraná, que começou cobrando mais de R$ 300 pela Placa Mercosul. Atualmente, o estado vizinho cobra R$ 180, quase metade do valor cobrado em Mato Grosso do Sul.
O superintendente atribuiu a redução do valor no Paraná à concorrência e ao longo tempo, já que o novo modelo é exigido desde 2018. No entanto, ele esqueceu que houve intervenção da Justiça e do Ministério Público para reduzir o preço da Placa Mercosul no Estado governado por Ratinho Júnior (PSD), o filho do apresentador Ratinho, do SBT.
Infelizmente, apesar da queixa geral em parcela expressiva da sociedade sul-mato-grossense, não houve manifestação do MPE até o momento sobre o exorbitante preço da Placa Mercosul.
Confira os valores no País
Estado | Valor |
Amapá | 500 |
Mato Grosso do Sul | 266 |
Rio Grande do Sul | 250 |
Pará | 250 |
Acre | 250 |
Bahia | 240 |
Amazonas | 222,34 |
Piauí | 220 |
Ceará | 220 |
Rio Grande do Norte | 180 |
Pernambuco | 180 |
Paraná | 180 |
Rio de Janeiro | 179,84 |
Paraíba | 178 |
Rondônia | 170 |
Santa Catarina | 151,44 |
Alagoas | 140 |
São Paulo | 138,24 |
Minas Gerais | 138 |
Distrito Federal | 128 |
Mato Grosso | 120 |
Goiás | 120 |
Espírito Santo | 108,3 |
Sergipe | *NI |
Roraima | *NI |
Maranhão | *NI |
Tocantins | *NI |
Com informações do G1 | |
Mais atuante, a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul) enviou ofício cobrando explicações do Detran. A entidade quer saber informações sobre a composição dos preços das placas no novo padrão.
Muita gente está curiosa para saber se o material é especial em relação aos demais estados ou é comprado de muito longe para custar tão caro? Ou existe outro motivo menos nobre para a conta ficar tão cara aos donos de veículos sul-mato-grossenses?
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