Com a recusa das principais lideranças, como o ex-governador André Puccinelli, a senadora Simone Tebet e o ex-senador Waldemir Moka, o MDB decidiu lançar o deputado estadual Márcio Fernandes para disputar a prefeitura da Capital nas eleições deste ano. Agora, a cúpula procura uma mulher de destaque para impulsionar a candidatura.
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O primeiro nome cogitado pelo partido foi da promotora Paula Volpe, que ganhou destaque nacional ao combater a corrupção e desvio de recursos públicos no Hospital do Câncer Alfredo Abrão. Ela foi responsável pelo afastamento de Adalberto Siufi, notório oncologista e que comandava a instituição há décadas, e ainda mudou a cúpula da saúde no Estado.
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O nome de Paula foi divulgado pelo Correio do Estado e confirmado pelo presidente regional do MDB, ex-deputado estadual Junior Mochi. Até Puccinelli, que foi obrigado a demitir dirigentes de órgãos públicos por causa da atuação da promotora, apoiou o nome.
No entanto, Paula Volpe identificou a estratégia e tratou de desmenti-la. “De fato, não fui convidada e realmente não tenho vocação política”, teria dito, de forma a não deixar dúvidas nem esperança.
Fora da prefeitura há oito anos, o partido optou pelo nome menos competitivo. Simone quer priorizar a disputa pela presidência do Senado no fim do ano. Moka perdeu a eleição e não pretende entrar no jogo sem chance, como candidato de oposição. O MDB comandou a Capital por duas décadas, entre 1992 e 2012, com três prefeitos: Juvêncio César da Fonseca, André Puccinelli e Nelsinho Trad.
O melhor colocado nas pesquisas é o ex-governador. No entanto, Puccinelli teme que o retorno ao palanque o coloque, novamente, na mira da Polícia Federal. “Não é que eu não quis. Não me deixam ser. Se eu puser a cabeça de fora, vão cair chuvas e trovões de novo”, admitiu André, que foi prefeito da Capital por dois mandatos. Em 2018, ele foi preso no dia em que assumiu a lideranças nas pesquisas para disputar o Governo do Estado.
O ex-governador ficou cinco meses preso, de julho a dezembro de 2018. “Aquilo foi um ato político. Não tinha denúncia formalizada”, comentou, conforme registro do Campo Grande News. “Não tinha denúncia formalizada, não iniciou inquérito até hoje, que diabo foi aquilo?”, questionou o emedebista.
Só que André virou réu em duas ações da Operação Lama Asfáltica. Na primeira, em que é acusado de causar prejuízo milionário aos cofres públicos, ele deve ir a julgamento ainda no primeiro semestre. A segunda, de que teria recebido R$ 25 milhões em propinas da JBS, foi encaminhada para a 1ª Vara Criminal logo após o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal, marcar o julgamento.
Os fatos dão razão ao emedebista. Desde o encerramento das urnas em 2018, ele não foi mais alvo da Polícia Federal. A Operação Computadores de Lama, 6ª fase da Lama Asfátlica, foi a última e ocorreu no final de novembro de 2018. Arisco, Puccinelli cogita nem subir em palanque para não voltar a entrar na mira da PF.
Sem opção, o MDB decidiu oficializar o nome de Márcio Fernandes como pré-candidato a prefeito. Ele vai reforçar o grupo de oposição a Marquinhos Trad (PSD), que já confirmou a candidatura à reeleição.
Mochi não escondeu a preferência do partido. “Na verdade, todos nós queríamos obviamente a candidatura do André. Ele fez a exposição dos motivos porque não queria ser agora. Entende que não deve ser e nós não gostaríamos mais de ficar prorrogando a decisão”, explicou o presidente estadual da sigla.
No 4º mandato de deputado estadual, Márcio Fernandes nasceu em Umuarama, mas vive na Capital desde os cinco anos de idade. Formado em Medicina Veterinária pela Uniderp, ele foi eleito deputado pela primeira vez em 2006, aos 27 anos.
Sem definir as prioridades, o deputado afirmou que a prioridade é construir a campanha e ouvir as pessoas. Puccinelli destacou que a candidatura de Fernandes faz parte do esforço do partido em renovar as lideranças.
Os outros pré-candidatos a prefeito da Capital são os deputados estaduais Capitão Contar (PSL) e Pedro Kemp (PT), o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB), o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli (SD), o advogado Mário Fonseca (PCdoB), o ex-secretário municipal de Habitação, Paulo Matos (PSC), o procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante), Luso de Queiroz (PSOL), o empresário Guto Scarpanti (Novo) e o presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento.