Primeira pesquisa registrada na Justiça Eleitoral, realizada a oito meses das eleições, eleva a probabilidade do prefeito Marquinhos Trad (PSDB) ser reeleito no primeiro turno nas eleições deste ano em Campo Grande. Conforme a sondagem, houve redução nas intenções de votos de todos os adversários.
[adrotate group=”3″]
Incluídos em dois dos três cenários pesquisados, o ex-governador André Puccinelli (MDB) e a deputada federal Rose Modesto (PSDB) seguem no segundo pelotão, mas registram menos de dois dígitos e quase um terço do contabilizado em outros levantamentos.
Veja mais:
Pesquisa aponta liderança de Marquinhos e eleva pressão sobre André e Rose na sucessão municipal
Aprovado em processo seletivo para ser prefeito, empresário quer reduzir privilégios e custos da máquina
Principais nomes desistem e apenas “zebras” ameaçam reeleição de Marquinhos em 2020
Eleições 2020: André tira pontos de Marquinhos e veja quem ganha com a saída de Odilon
Confiante, Marquinhos confirma candidatura e diz que só Deus ameaça reeleição em 2020
Outra conclusão é a força dos prováveis candidatos a prefeito do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os deputados estaduais Coronel David (Aliança pelo Brasil) e Capitão Contar (PSL). Substitutos das estrelas, os deputados Pedro Kemp (PT), no lugar de Zeca do PT, e Márcio Fernandes (MDB), na vaga de Puccinelli, vão ter trabalho para empolgar o eleitorado.
Registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número MS-05366/2020, a pesquisa ouviu 1,2 mil eleitores entre os dias 28 de janeiro e 2 de fevereiro deste ano. A margem de erro é de 2,85 pontos percentuais para mais ou menos. A margem de confiança é de 95%.
A Ranking simulou três cenários na pesquisa estimulada. No primeiro, em que incluiu todos os nomes, Marquinhos lidera com 37,66%, seguido por André com 6,08%, Rose Modesto com 4,66%, juiz Odilon de Oliveira (sem partido) com 3,66%, Coronel David com 3,5%, Capitão Contar com 3,08%, Zeca do PT com 2,75%, o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) com 2,66%, o procurador Sérgio Harfouche (Avante) com 2,41%, o deputado Lucas Lima (SD) com 2,33%, o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) com 2,16%, o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli (SD), com 2,08%, o ex-secretário municipal de Habitação, Paulo Matos (PSC), com 2%, entre outros.
No segundo cenário, o mais provável, Marquinhos atinge 47,08% sem André, Rose e Odilon. Coronel David fica com 6,33%, seguido por Capitão Contar, com 5,25%, e Harfouche, com 4,16%. O segundo lugar é disputado pelos três nomes da direita e que podem conquistar o eleitorado de Bolsonaro.
Delcídio fica com 3,08%, mas o ex-petista está inelegível e vai precisar recuperar os direitos políticos para conseguir estar na urna. Kemp fica com 2,75%, na frente de Miglioli, com 2,66%. Paulo Matos (2,5%) e Márcio Fernandes (2,08%) completam o pelotão de dois pontos percentuais.
Marcelo Bluma (PV) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB) obtiveram 1,66%, enquanto o neófito na disputa deste ano, o empresário Guto Scarpanti (Novo) apareceu com 1,08%. No entanto, o eleitor ainda está em dúvida sobre o principal adversário de Marquinhos, já que 20,2% não responderam ou estão indecisos.
No terceiro cenário, Marquinhos fica com 41,83%, seguido por André, com 8,75%, e Rose, com 7,33%. O prefeito colhe os reflexos da propaganda das obras de pavimentação e da revitalização da Rua 14 de Julho. Outro carro chefe é o recapeamento de várias vias públicas no centro e nos bairros.
Puccinelli teve o índice reduzido pela metade mais pelas declarações de que não disputará do que pelas denúncias apuradas na Operação Lama Asfáltica. De acordo com a Polícia Federal, ele chefiou uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 430 milhões dos cofres estaduais. O ex-governador nega a acusação.
Já Rose sofre os efeitos da indecisão do PSDB. O governador Reinaldo Azambuja estaria disposto a cumprir o acordo feito em 2018, que era apoiar Marquinhos em troca do apoio à sua reeleição. A direção nacional determinou o lançamento de candidato próprio. A tucana teme perder os cargos no Governo caso rompa com o partido e se filie ao Podemos, presidido por um aliado.
Coronel David ficou com 4,83% e pode ser candidato pelo novo partido de Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, caso seja criado até o próximo mês. Ele poderá enfrentar o ex-aliado, o Capitão Contar, que surgiu com 4,41% neste cenário e pode disputar pelo PSL, mas também com o apoio de Bolsonaro.
Afastado da política por causa do cargo, Harfouche obteve 3,33%. Ele deverá se filiar ao Avante e só entrar no ringue em julho, durante as convenções municipais. Ele sonha em recuperar o prestígio obtido nas eleições de 2018, quando ficou em primeiro na disputa do Senado na Capital, superando inclusive Nelsinho Trad, irmão de Marquinhos e que foi prefeito por dois mandatos.
Miglioli ficou com 3,16%. O ex-secretário de Reinaldo sumiu do noticiário nos últimos dias. Até o final do ano passado, ele vinha batendo sem dó nem piedade na atual gestão para se firmar como adversário de Marquinhos.
Escalado pelo PT para substituir o ex-governador Zeca, Pedro Kemp estreou com 3,1%. O deputado sonha em repetir o feito petista em 1996, quando chegou ao segundo turno e perdeu para André por 411 votos.
A pesquisa não significa a vitória ou fracasso de determinado candidato. No entanto, no momento, a sondagem serve para dar musculatura aos pré-candidatos na costura das alianças e conquistar aliados.
Ao demonstrar força, Marquinhos põe o PSDB contra a parede e o força a fechar aliança indicando um vice. Os tucanos podem indicar o presidente da Câmara, João Rocha, o presidente municipal da sigla, João César Matogrosso, ou o chefe de gabinete do governador, Carlos Alberto de Assis.
Por outro lado, anima os dois pré-candidatos de Bolsonaro a manter a guerra fraticida para ser o representante do presidente na disputa.
Várias teorias tentam prever o resultado nas eleições deste ano. A primeira é de que o eleitor mantém a revolta com a corrupção e pode surpreender na abertura das urnas. A outra é de que o eleitorado cansou de inovações, principalmente depois de Bernal e Bolsonaro, e deverá optar pela continuidade.
Uma terceira é de que o candidato com melhor estrutura e recurso fará um passeio e ganhará fácil nas eleições deste ano.
O certo é que a disputa na Capital vai começar a desenhar o cenário de 2022, quando Reinaldo não poderá disputar a reeleição e abrirá uma avenida de oportunidades para novos nomes na política.