O empresário Guto Scarpanti, 38 anos, foi aprovado no “processo seletivo” para ser o candidato a prefeito de Campo Grande pelo Novo. Como representante do partido do presidenciável João Amoêdo, ele propõe corte de privilégios, redução do tamanho da máquina pública, investimento em tecnologia e adoção de PPP (Parcerias Público-Privadas) para implementar o desenvolvimento da infraestrutura da Capital.
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Defensor dos ideias liberais, Scarpanti vem se juntar a extensa lista de pré-candidatos a prefeito da Capital, que já conta com o atual chefe do Executivo, Marquinhos Trad (PSD), dos deputados estaduais Pedro Kemp (PT) e Capitão Contar (PSL), do ex-senador Delcídio do Amaral (PTB), do procurador de Justiça Sérgio Harfouche (provavelmente pelo Avante), do pastor Wilton Acosta (Republicanos), do ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli (SD), do ex-secretário municipal de Habitação, Paulo Matos (PSC), do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), Mário Fonseca (PCdoB) e do jovem Luso de Queiroz (PSOL).
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Só que para indicar um candidato, o Novo decidiu fazer processo seletivo para escolher o candidato. Cinco pessoas se inscreveram, sendo que quatro passaram a segunda fase e pagaram a taxa de R$ 2 mil para concluir a seleção. Guto foi aprovado na primeira fase, que incluiu análise de currículo e experiência de sete anos como gestor de empresa ou órgão pública.
A segunda fase teve entrevistas com profissional de recursos humanos e com presidente regional da sigla do Distrito Federal. Na última fase, ele apresentou os principais problemas do município e as soluções. Nesta etapa, a avaliação coube ao vice-presidente nacional do partido, Moisés Jardim. Um dos itens avaliado foi a ideologia do candidato, que não pode ser de esquerda.
Aprovado no “processo seletivo”, Guto Scarpanti começou a definir as propostas que serão apresentadas nas eleições deste ano. O principal mote será não ter vínculos nem compromissos eleitorais com a “velha política”.
“Reduzir o tamanho do estado é essencial para exigir menos dos pagadores de impostos”, afirma. Guto, que ficou famoso por convocar protestos contra o aumento nos salários dos vereadores e do prefeito no final de 2018, promete cortar privilégios, reduzir o número de secretarias e diminuir ao máximo o número de cargos comissionados no município.
“Temos que melhorar o ambiente de negócios através da simplificação, do incentivo a livre concorrência em todos os setores, desburocratização e transparência do setor público e assim incentivar as pessoas que geram riqueza ao município a empreender”, explicou.
“O foco nos serviços básicos como saúde, educação e segurança são fundamentais também por que é onde as pessoas menos favorecidas sentem uma maior necessidade de serviços de qualidade”, ressalta. Ele quer investir em tecnologia e parcerias, as notórias PPPs, para as obras na Capital.
“Em relação aos costumes, cada um tem o direito de fazer o que quiser da sua própria vida e o Estado não deve se meter nisso”, explicou, sobre a pauta conservadora em alta na sociedade brasileira.
No entanto, ele defende o polêmico projeto Escola Sem Partido. “Em relação ao Escola Sem Partido, acho que o ambiente escolar deve focar nas matérias essenciais de alfabetização e que não devemos fazer do ensino público um palanque para qualquer que seja o partido”, comentou. “Aulas sobre política ou teoria geral do Estado são bem vindas, mas sem viés ideológico”, completou.
Sobre o salário do prefeito, que teve reajuste parcelado no final do ano passado, Guto mudou um pouco o discurso. “O meu salário de prefeito sim (reduziria) … sem problemas nenhum”, disse. “O problema é que o salário do prefeito serve de base para outras categorias e primeiramente teríamos que ter um acordo entre todas as partes que seriam afetadas”, completou, admitindo a hipótese de manter o reajuste que contestou no passado.
“Tendo o aval de todos, seria uma ótima medida de austeridade fiscal”, propôs, sobre a redução no vencimento do chefe do Executivo.
Guto Scarpanti repete algumas promessas repetidas a décadas nas campanhas eleitorais, como reduzir o custeio e priorizar investimentos nas áreas essenciais, que acabam não sendo cumpridas pelos eleitos. Ele repisa que fará diferente porque esta é a diretriz defendida pelo partido de Amoêdo.
O quadro ainda depende do PSDB, que segue indeciso entre cumprir o compromisso de Reinaldo Azambuja (PSDB) de apoiar a reeleição de Marquinhos ou lançar candidato próprio. Na semana passada, a deputada federal Rose Modesto voltou a falar que deseja ser candidata pelo partido.
Já o MDB, do ex-governador André Puccinelli, bate cabeça para encontrar um substituto para o ex-governador, que resiste em entrar na disputa porque pretende priorizar a defesa das acusações na Operação Lama Asfáltica.
As convenções vão ocorrer só em julho e a campanha para valer começará no final de agosto. Ou seja, ainda há tempo suficiente para acontecer muita coisa na política campo-grandense.