A Justiça marcou o julgamento dos empresários acusados de integrar organização criminosa que deu o “golpe do século” e fez 60 mil vítimas, principalmente evangélicos, em todo o País. Eles foram presos na Operação Ouro de Ofir, deflagrada pela Polícia Federal no dia 21 de novembro de 2017.
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Conforme despacho da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, a audiência de instrução e julgamento vai ocorrer a partir das 13h30 do dia 19 de fevereiro deste ano, na véspera do Carnaval. Na oportunidade, ela vai ouvir as testemunhas e interrogar os réus. Uma testemunha reside em Aquidauana e será ouvida por meio de videoconferência.
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O empresário Celso Eder Gonzaga de Araújo, dono da Company Consultoria Empresarial e cônsul de Guiné-Bissau, país da África Ocidente, ficou preso por um ano. Ele é acusado de chefiar o grupo e comandar os golpes.
De acordo com a Polícia Federal, Araújo, o tio, Anderson Flores de Araújo, e Sidney Anjos Peró, construíram uma fortuna vendendo o sonho do dinheiro fácil. Eles contavam que tinham toneladas de ouro, retiradas de garimpo fictício, e ganhado R$ 3 trilhões na Justiça. Para dar o golpe, eles contavam que tinham aval da ONU para redistribuir 40% da grana.
A pessoa poderia aplicar R$ 1 mil para ganhar R$ 1 milhão, era o milagre esperado por fieis e desempregados em vários estados brasileiros.
Em novembro de 2017, quando foi às ruas cumprir os mandados de busca e apreensão, a PF estimava que a Operação Au-Metal 27058 tinha feito 25 mil vítimas nos 26 estados brasileiros. Ao concluir as investigações, o delegado Guilherme Farias, da PF, estimou que o número de vítimas era de 60 mil pessoas.
No entanto, a defesa aposta no sumiço das vítimas para livrar os empresários das acusações de organização criminosa e crimes contra a economia popular. No final de 2018, um dos advogados contou que apenas três pessoas estavam incluídas na ação penal para comprovar que foram vítimas do golpe milionário.
Sidney dos Anjos Peró foi acusado por dar o golpe nos evangélicos por meio da Operação SAP. O sucesso do criminoso contava com o apoio de pastores evangélicos, que também eram ludibriados.
Uma das vítimas do golpe foi o ex-deputado estadual e atual diretor da TV Assembleia, Maurício Picarelli (PSDB). Famoso pelo bordão “não assine nada, sem ler”, o apresentador entregou R$ 1,3 milhão em cheques a Eder Gonzaga. No entanto, ele não pagou os cheques e o empresário ganhou na Justiça o direito de receber R$ 1,9 milhão do tucano.
Picarelli alegou, inicialmente, que tinha caído no golpe e planejava vender a casa de R$ 1,4 milhão para dar o dinheiro aos golpistas. No entanto, em manifestação à Justiça para se livrar da dívida, ele alegou que foi vítima de agiotagem, mas apresentou o recurso fora do prazo e foi condenado a pagar o débito milionário.
Além dessa ação penal na 4ª Vara Criminal, que tramita em sigilo, Celso Éder responde a outras ações na Justiça, inclusive por porte ilegal de arma e de cobrança de algumas vítimas do suposto golpe.