A Câmara Municipal de Campo Grande bancou a viagem e pagou diárias para servidores e vereadores participarem desde troca de experiências com a Federação das Associações de Moradores de Frutal (MG) até reunião com senador de Mato Grosso do Sul e encontros partidários em Brasília. Os dados são publicados no Portal da Transparência.
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Apesar de não ser expressivo, o gasto com diárias mostra a forma como o dinheiro público é tratado pelo legislativo municipal. O vereador Carlão (PSB) enviou o assessor Milton Cardoso Silva para participar de 19 a 22 de junho do ano passado de reunião da Federação das Associações de Moradores de Frutal, cidade de pequeno porte em Minas Gerais. Ele recebeu R$ 1.350 em diárias.
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Conforme a nota anexada à liberação do dinheiro, ele foi para trocar experiências com as associações de moradores do local. Carlão fez a carreira política como líder comunitário na região do Nova Lima, em Campo Grande.
O vereador Papy (SD) viajou a Brasília de 26 a 29 de março do ano passado para participar do encontro do Solidariedade, seu partido. Como incluiu a visita a deputados e ministros, o parlamentar colocou as despesas na conta do contribuinte e recebeu R$ 1,8 mil em diárias.
O vereador Gilmar da Cruz (Progressistas) enviou o chefe de gabinete, Cleiton Tyhiago Almeida Pereira, para participar do curso de mídias sociais de 25 a 27 de abril em Brasília. Ele recebeu ajuda de custo de R$ 900.
A assessora parlamentar Maria de Fátima Alves Ribeiro acompanhou o vereador Otávio Trad (PTB) por três dias em Brasília e ganhou R$ 1.125 em diárias. Conforme a justificativa, ela foi participar de reunião com o tio do parlamentar, o senador Nelsinho Trad (PSD). O vereador Cazuza (Progressistas) foi a Brasília para participar de reuniões com Bia Cavassa (PSDB), Rose e Beto Pereira.
Outro vereador aproveitou a ascensão dos políticos regionais para fazer tour na capital federal foi o Pastor Jeremias Flores (Avante). Ele recebeu R$ 900 em diárias para participar de reuniões com os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Agricultura, Tereza Cristina, e com os deputados federais Beto Pereira e Rose Modesto, do PSDB, e Nelsinho. O assessor Anderson Alves dos Santos teve R$ 675 em ajuda de custo para encaminhar 22 ofícios em Brasília.
O Enfermeiro Fritz (PSD) foi a Cuiabá (MT) para a solenidade de inauguração da última etapa do Hospital Municipal e ganhou diária de R$ 600 para ficar dois dias, 18 e 19 na capital do estado vizinho. A justificativa é de que era preciso conhecer o modelo a ser implantado em Campo Grande. A criação de um pronto socorro municipal para livrar a cidade da dependência da Santa Casa é defendido há vários anos por alguns políticos e profissionais de saúde.
A assessora Aparecida Gonçalves fez duas viagens para conhecer o Hospital do Amor de Barretos. No início do ano passado, ela recebeu R$ 1.125 em diárias para conhecer o projeto Ateliê dos Sonhos de 14 a 16 de janeiro de 2019. Em julho, entre os dias 14 e 18, ela teve mais R$ 1,8 mil para conhecer os projetos desenvolvidos pela mesma instituição de combate ao câncer com a prefeitura e escolas de Barretos.
Em alguns casos, vereadores foram a Brasília ou São Paulo para participar de audiências públicas e encontros para debater temas específicos, como discutir autismo, jornada de 30 horas da enfermagem e transporte público.
Defensor da CPI do Transporte Coletivo, Vinícius Siqueira (DEM) foi a Guarapuava (PR) para se reunir com representantes do Gaeco para ter mais detalhes da delação premiada do advogado Sasha Reck, que revelou esquema para favorecer o Consórcio Guaicurus na licitação realizada em outubro de 2012 em Campo Grande. Ele ganhou R$ 900 em diárias nos dias 14 e 15 de agosto passado.
No final de 2018, os vereadores da Capital aprovaram reajuste de 26,3% nos próprios salários, de R$ 15.031 para R$ 18.891 a partir de 2021. A aprovação com tanta antecedência teve o objetivo de evitar desgaste na opinião pública e garantir a reeleição neste ano.
Nada como viver em uma cidade sem problemas.