Nova pesquisa de intenção de votos para as eleições municipais deste ano mostra favoritismo do prefeito Marquinhos Trad (PSD) e eleva a pressão sobre os principais adversários, o ex-governador André Puccinelli (MDB) e a deputada federal Rose Modesto (PSDB). O emedebista e a tucana, que ensaiam não entrar na disputa, são os únicos a pontuar acima dos dois dígitos.
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Por outro lado, o levantamento deixa a desejar ao não incluir dois pré-candidatos já definidos, o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli (SD) e o deputado estadual Pedro Kemp (PT). O PSL teve dois nomes incluídos, os deputados Coronel David e Capitão Contar.
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Conforme a sondagem com 1,2 mil eleitores entre os dias 13 e 19 de dezembro do ano passado do Itop (Instituto TopMídia de Pesquisa), Marquinhos aparece em primeiro, com 34%. Em relação a setembro, quando estava com 28%, o prefeito subiu seis pontos percentuais. No entanto, ele ainda não tem condições de vencer no primeiro turno. (veja matéria do TopMídiaNews)
Solto há pouco mais de um ano, após ficar preso por cinco meses na Operação Lama Asfáltica, André Puccinelli mostra resiliência junto ao eleitorado e saltou de 15% para 19% em três meses, apesar do noticiário negativo no período. O MDB deverá usar os números para forçar o ex-governador a disputar as eleições deste ano e garantir, pelo menos, ampliar a bancada de dois vereadores.
A deputada Rose Modesto passou de 8% para 12% em três meses. Só que neste caso, ela poderá usar os números para convencer o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) a romper o acordo com Marquinhos, de apoiar à sua reeleição, e cumprir a determinação nacional do partido de ter candidato próprio nos municípios com mais de 100 mil habitantes.
Já o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, sem partido, viu a intenção de voto cair pela metade, de 18% para 9%. No ano passado, o magistrado viu a imagem de paladino da moralidade ser abalada pela abertura de dois procedimentos administrativos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que decidiu investigar sua conduta na 3ª Vara Federal de Campo Grande.
O radialista e deputado estadual Lucas Lima (SD) subiu um pouco, de 5,5% para 7%, mas suficiente para elevar a pressão sobre Miglioli, que perdeu o Senado no ano passado e é o mais ativo entre os pré-candidatos de oposição a Marquinhos. O nome do ex-secretário não foi incluído no levantamento. O Solidariedade pode enfrentar um dilema, entre um candidato com estrutura e outro com a popularidade em alta.
Coronel David pontuou 4%, enquanto o pré-candidato do PSL, Capitão Contar, encolheu de 5% para 2%. Os dois pretendem se filiar ao novo partido, Aliança pelo Brasil, e ser o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições deste ano.
Inelegíveis, o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) e o ex-prefeito Alcides Bernal (Progressista) aparecem com 2% no levantamento. Eles ainda precisam recuperar os direitos políticos.
Zeca do PT foi citado por 2%, mas o ex-governador está afastado da política por problemas de saúde e não pretende disputar a sucessão de Marquinhos. O PT já definiu que lançará Kemp pela primeira vez na disputa de um cargo executivo.
Fora da política por causa do cargo de procurador de Justiça, Sérgo Harfouche quase sumiu em dezembro, quando foi citado por apenas 0,5% dos eleitores. Em setembro, ele aparecia com 5%.
Já na espontânea do Itop, Marquinhos é citado por 31% dos eleitores, o que representa voto consolidado no momento. O seu irmão e prefeito da Capital por dois mandatos, o senador Nelsinho Trad (PSD) aparece com 8%.
Dois fatos curiosos marcam a pesquisa. Odilon é citado por 11%, mais do que na pesquisa estimulada. O mesmo ocorre com Coronel David, com 5%. Puccinelli fica em 3º, com 9%, seguido por Rose, com 8,5%.
Sempre criticada, a pesquisa não significa o resultado da eleição, mas traça um cenário. Apesar da vontade dos interessados, por exemplo, a urna nem sempre crava o cenário apontado na pesquisa. Isso ocorreu em 2018, quando praticamente todos os institutos apontaram a vitória de Reinaldo no primeiro turno, mas ele foi obrigado a disputar o segundo com Odilon.
Em 1996, por exemplo, André e Zeca do PT apareciam em último lugar nas pesquisas do ano anterior e acabaram indo para o segundo turno. Nas eleições seguintes, os líderes do levantamento, como André e Nelsinho Trad lideravam e venceram no primeiro turno.