Os três senadores federais de Mato Grosso do Sul custaram mais de R$ 14 milhões aos cofres públicos no ano passado, considerando-se salários, gasto com funcionários, cota parlamentar e ajuda extra. O campeão em gastos foi Nelsinho Trad (PSD), que já foi destaque nacional ao contar com a maior equipe de assessores bancada pelo contribuinte em Brasília (acesse o Portal da Transparência).
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O levantamento é parcial, porque considera os pagamentos feitos aos senadores desde fevereiro deste ano, quando ocorreu a posse do ex-prefeito da Capital e neófita na política, a advogada Soraya Thronicke (PSL). A soma dos salários dos funcionários foi feita com base no pagamento de dezembro do ano passado e não incluiu o pagamento do 13º salário.
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Com 62 assessores, Nelsinho custou R$ 6,1 milhões ao Senado. O maior desembolso ocorreu com o pagamento de salários da megaequipe do senador sul-mato-grossense, que sonha em ser governador do Estado. Só no mês de dezembro, o Senado pagou R$ 533.012,69 com funcionários de Trad.
De acordo com o Portal da Transparência do Senado, os 30 funcionários lotados no gabinete receberam R$ 322,1 mil no mês passado, enquanto os 32 distribuídos nos escritórios políticos, R$ 210,9 mil. São três assessores na faixa salarial acima de R$ 20 mil e outros 16 ganhando entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
Confira os gastos dos senadores de MS
Nelsinho Trad (PSD) | |
Salário de Senador | 337.630,00 |
Funcionários | 5.330.126,90 |
Cota parlamentar | 352.279,34 |
Extra cota | 84.050,62 |
Total | 6.104.086,86 |
Simone Tebet (MDB) | |
Salário senadora | 337.630,00 |
Funcionários | 3.171.351,60 |
Cota parlamentar | 151.649,50 |
Extra cota | 40.308,59 |
Total | 3.700.939,69 |
Soraya Thronicke (PSL) | |
Salário senadora | 337.630,00 |
Funcionários | 2.638.156,80 |
Cota parlamentar | 242.619,96 |
Extra cota | 32.638,01 |
Total | 3.251.044,77 |
Nelsinho foi o que mais usou a cota parlamentar, destinada para o custeio das atividades políticas, que somou R$ 3521,2 mil. Ele ainda usou R$ 84 mil da ajuda de custo extra, que incluiu R$ 45,7 mil com viagens oficiais. O curioso é o gasto de R$ 32,5 mil com Correios na era das redes sociais e da internet e com a carta praticamente aposentada.
O segundo maior gasto foi da presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB), que custou R$ 3,7 milhões aos cofres públicos no ano passado. O maior desembolso ocorreu com o pagamento de salários dos 22 funcionários. Só no mês passado, a equipe da senadora custou R$ 317,1 mil aos cofres públicos, sendo R$ 260,9 mil pagos aos 16 lotados em Brasília e R$ 56,2 mil, aos seis do escritório político na Capital.
A emedebista usou R$ 151,6 mil da cota parlamentar e R$ 40,3 mil da ajuda de custo extra. A maior parte do adicional é referente ao pagamento dos serviços dos Correios, R$ 34,8 mil.
O menor custo foi de Soraya Thronicke, que teria custado R$ 3,251 milhões ao contribuinte no ano de estreia no Senado. Apesar de contar com mais funcionários do que Simone, ela pagou valores menores aos assessores e o gasto com a equipe ficou em R$ 263,8 mil em dezembro último. Foram R$ 200 mil com a equipe de 18 assessores lotados no gabinete e R$ 63,7 mil com os oito do escritório.
Apesar da equipe da senadora do PSL custar metade dos funcionários de Nelsinho, ela teve desgaste maior nos sites e jornais locais no mês passado. A mídia regional deu amplo destaque à contratação de Carlos Alberto Gomes de Souza, irmão do deputado federal Loester Trutis (PSL).
A senadora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou R$ 242,6 mil da cota parlamentar e R$ 32,6 mil da ajuda extra. Ao contrário dos colegas de bancada, ela usou apenas R$ 3 mil com Correios. Soraya é famosa por usar as redes sociais para divulgar seus pontos de vistas e defender projetos de interesse do Governo no parlamento.
O gasto com funcionários não está incluído o auxílio alimentação no valor de R$ 982,28 – pago a todos os funcionários do Senado. No total, este benefício pago aos assessores dos três senadores sul-mato-grossenses somou R$ 1,080 milhão no ano passado.
Ao contrário da Câmara, que disponibiliza o valor total pago com salários dos funcionários dos parlamentares, o Senado só disponibiliza a consulta nominal.
O gasto com os parlamentares virou escândalo no ano passado, quando deputados com mandato tampão e parlamentares reeleitos receberam o salário adicional pago a todo estreante no Congresso Nacional. O custo ao contribuinte chama mais atenção porque a sociedade brasileira vem sentindo os reflexos da falta de dinheiro do poder público para garantir as necessidades mais básicas.
Aliás, apesar de ser um País rico, desde a promulgação da Constituição em 1988, o Brasil não conseguiu garantir as necessidades básicas de todos os brasileiros. No entanto, o parlamento sempre viveu padrão até superior a de muitos colegas do primeiro mundo.