O projeto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de ser candidato a presidente da República em 2022, ameaça o acordo firmado por Reinaldo Azambuja, de apoiar a reeleição de Marquinhos Trad (PSD). A informação do jornal Folha de São Paulo, divulgada nesta sexta-feira (3), pode recolocar um candidato tucano nas eleições municipais deste ano em Campo Grande.
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O melhor nome do PSDB é a deputada federal Rose Modesto, mais votada nas eleições de 2018 e mais articulada para disputar a prefeitura pela segunda vez. Os outros cotados são o ex-presidente regional do PSDB, o deputado Beto Pereira, e o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel.
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Em 2018, Reinaldo contou com o apoio de Marquinhos, considerado estratégico para ser reeleito no segundo turno com 677 mil votos, e assumiu o compromisso de retribuir neste ano. No entanto, o acordo pode subir no telhado com a exigência do diretório nacional do PSDB de lançar candidato próprio nos municípios com mais de 100 mil habitantes.
Com 895,9 mil habitantes, a Capital sul-mato-grossense é considerada estratégica para o PSDB. O objetivo é contar com a exposição no horário eleitoral para aumentar a exposição da sigla visando a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com a Folha de São Paulo, Reinaldo considera a determinação do diretório nacional como “diretriz” e não camisa de força. No entanto, o jornal dá destaque a uma declaração do tucano em que ele não dá 100% de certeza de que cumprirá o acordo.
“O PSDB é um partido de cumprir compromisso, e eu combinei com o prefeito Marquinhos que nós só vamos tratar de Campo Grande a partir de abril”, disse. No ano passado, logo após a orientação do PSDB rachar a cúpula tucana no Estado, Reinaldo chegou a usar o Campo Grande News (veja aqui) para tranquilizar o prefeito e prometeu oficializar o apoio à sua reeleição antes do Natal. O anúncio não ocorreu.
Famoso por não cumprir as promessas com a população, quando prometeu não aumentar impostos e com os professores de manter as conquistas, o tucano vem adiando o anúncio.
No entanto, a atual presidente da Fundação de Cultura, a ex-deputada estadual Mara Caseiro, defendeu o lançamento da candidatura de Doria para presidente. Ela afirmou ao jornal paulista que ele poderia garantir gestão empresarial, que o Brasil precisa no momento, e não seria ameaçado pela candidatura do apresentador Luciano Huck, em campanha pela presidência da República desde o ano passado.
A definição de Reinaldo vai depender de dois fatores. O mais importante será a popularidade de Marquinhos Trad, em alta com a inauguração da Rua 14 de Julho e da Cidade do Natal. O segundo será a articulação para a sua candidatura a senador em 2022, quando poderá enfrentar a atual senadora, Simone Tebet (MDB), o juiz federal Odilon de Oliveira, que poderá ser o candidato do PSD, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ex-governador Zeca do PT.
Caso o PSDB lance candidato a prefeito, Marquinhos poderá enfrentar a máquina do Governo do Estado, que já enfrentou para vencer Rose no segundo turno em 2016. Por outro lado, caso a popularidade do tucano esteja ruim, Reinaldo poderá fazer até um favor ao peessedista ao descer do seu palanque.
Além de um candidato tucano, a sucessão municipal conta com as pré-candidaturas dos deputados estaduais Capitão Contar (PSL) e Pedro Kemp (PT), do ex-senador Delcídio do Amaral (PTB), do advogado Mário Fonseca (PCdoB), do ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, do ex-secretário municipal de Habitação, Paulo Matos (PSC), de Luso de Queiroz (PSOL), do procurador Sérgio Harfouche, do advogado Marcelo Bluma (PV) e de um nome do MDB, André Puccinelli, Márcio Fernandes ou Júnior Mochi.