Com a decadência do horário eleitoral gratuito e a cobertura engessada dos meios de comunicação, os candidatos devem usar com mais intensidade as redes sociais nas eleições de 2020. Um parâmetro pode ser a rede social mais famosa, o Facebook, onde as maiores comunidades são de Marquinhos Trad (PSD), do ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) e do deputado estadual Capitão Contar (PSL).
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Em 2018, o exemplo de fenômeno da boa exploração da rede social foi da advogado Soraya Thronicke (PSL), que surpreendeu candidatos veteranos, como o ex-governador Zeca do PT e o então senador Waldemir Moka (MDB), e com estrutura milionária, como Marcelo Miglioli (na época no PSDB), e se elegeu senadora da República.
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Os candidatos a prefeito e vereadores poderão usar o WhatsApp, Twitter e Facebook para tentar uma relação direta com o eleitorado. Aliás, as redes sociais vêm sendo usadas até para aumentar a repercussão do horário eleitoral na TV e no rádio.
Prefeito da Capital e governador do Estado por dois mandatos, André Puccinelli (MDB) tem o maior número de seguidores no Facebook, 78.048. O emedebista anunciou que não pretende ser candidato neste ano, mas é a única estrela do seu grupo e vem sendo pressionado a mudar de ideia.
A fama de Puccinelli segue em alta apesar de ser investigado e réu na Operação Lama Asfáltica. Ele supera até o número de seguidores de Marquinhos, com 73.741. Aliás, o prefeito vem explorando ao máximo as redes sociais, com a gravação de vídeos curtos sobre as realizações. Um exemplo foi a distribuição da vídeo no qual o Jornal Nacional, da TV Globo, destaque a decoração da Cidade do Natal e a queima de fogos sem som para não causar problemas aos idosos, autistas e animais.
Delcídio tem a 3ª maior comunidade, com 67.735 seguidores no Facebook. Ele pretende disputar a prefeitura da Capital, mas vai precisar recuperar os direitos políticos, suspensos desde que teve o mandato de senador cassado.
Eleito na onda do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Contar tem a 57.461 seguidores no Facebook. Para driblar a falta de espaço nos meios de comunicação, o deputado tem feito uso intensivo das redes sociais, inclusive por meio de aplicativos.
A deputada federal Rose Modesto (PSDB), que precisa viabilizar a candidatura no ninho tucano ou trocar de sigla, tem 49.125 seguidores. Ela vinha articulando para enfrentar Marquinhos pela segunda vez, mas tem emitido sinais de que vai seguir o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), com 116.622 seguidores, e apoiar a reeleição do atual prefeito.
Alçado a candidato do PT, o deputado estadual Pedro Kemp conta com 32.952 seguidores no Facebook. Ele vai concorrer pela primeira vez a um cargo executivo. Antes de ser eleito para a Assembleia Legislativa, ele foi secretário estadual de Educação.
Em campanha declarada para viabilizar a candidatura, o ex-secretário estadual de Habitação, Marcelo Migilioli (SD), conta com 27.317 seguidores, mas vem intensificando o uso das redes sociais para ganhar musculatura na sucessão municipal.
O ranking de popularidade no Facebook
André Puccinelli (MDB) | 78.048 |
Marquinhos Trad (PSD) | 73.741 |
Delcídio do Amaral (PTB) | 67.735 |
Capitão Contar (PSL) | 57.461 |
Rose Modesto (PSDB) | 49.125 |
Pedro Kemp (PT) | 32.952 |
Marcelo Miglioli (SD) | 27.317 |
Dagoberto Nogueira (PDT) | 26.703 |
Sérgio Harfouche | 13.552 |
Alcides Bernal (PP) | 7.759 |
Mário Fonseca (PCdoB) | 4.876 |
Apontado como coringa do PDT, caso a sigla não encontre outro nome viável, o deputado federal Dagoberto Nogueira tem 26.703 seguidores no Facebook.
Sem condições de fazer pré-campanha e até mesmo definir um partido, o procurador Sérgio Harfouche tem 13.552 seguidores. Ele deverá se filiar no Avante. Ele tem o dobro de seguidores do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), que conta com 7.759 na comunidade cibernética.
A esquerda ainda não tem dado muita atenção ao Facebook. Candidato a senador nas eleições de 2018, o advogado Mário Fonseca (PCdoB) tem 4.876 seguidores e se tornou exceção no grupo.
Pré-candidato pelo PSOL, o Luso de Queiroz (PSOL) ainda está começando a construir a comunidade na rede social e vem usando os grupos no WhatsApp.
O apoio de alguns políticos com bastante seguidores pode ser importante, como é o caso do deputado estadual Coronel David, com 68.399. Ele pretende seguir o exemplo de Renan Contar e trocar o PSL pelo Aliança pelo Brasil, o novo partido de Bolsonaro.
Mesmo que o número de seguidores não signifique votos automáticos, o tamanho é um indicativo da força do candidato no campo onde as fake News e a micro propaganda, direcionada diretamente ao eleitor, serão decisivos em eleger os próximos prefeitos e vereadores.
(editada às 18h53 para corrigir informações sobre Pedro Kemp)