Além do etanol, da gasolina e do óleo diesel, o gás natural veicular também ficou 11,59% mais caro em Mato Grosso do Sul. Como o reajuste na tarifa praticada pela MS-Gás foi de 21,69%, o produto importado da Bolívia ainda deve subir mais nos postos e deve encurralar o motorista sul-mato-grossense. O aumento é sete vezes superior à inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses, que está em 3,12%, segundo o IBGE.
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Pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo), divulgada neste sábado (7), mostra aumento de 11,59% no preço do metro cúbico do GNV nos últimos 12 meses na Capital, de R$ 2,776, em dezembro do ano passado, para R$ 3,098. O aumento é de R$ 0,322 por m³.
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Em nota, a MS-Gás informou que o reajuste foi autorizado em setembro deste ano pela Agepan (Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul). “O processo de revisão tarifária é um processo público, realizado anualmente. A MSGÁS encaminhou as informações técnicas, administrativas e de investimentos prospectadas para o ano de 2019 à Agência Reguladora em março/19”, justificou.
Conforme portaria do presidente do órgão, Youssif Domingos, a estatal estava autorizada a promover reajuste de 21,69% no preço do gás veicular, de R$ 1,0858 para R$ 1,3213. Isso significa que os postos começaram a repassar o aumento ao consumidor e o preço do produto pode chegar a R$ 3,37 em Campo Grande.
O professor Marcos Valter Seiboth ficou indignado com o reajuste e procurou a concessionária para cobrar explicações. Ele contou que gastava R$ 100 de gás por semana. No entanto, devido ao encarecimento do produto desde o início deste ano, ele deixou o carro em casa e passou a se locomover de motocicleta para economizar. Agora, o gasto mensal com combustível é de R$ 40.
Confira a evolução em MS, segundo ANP
Gás natural | 2018 | 2019 | Variação |
Médio | R$ 2,78 | R$ 3,09 | 11,50% |
Etanol | |||
Médio | R$ 3,34 | R$ 3,50 | 4,94% |
Menor | R$ 2,99 | R$ 3,28 | 9,69% |
Maior | R$ 3,70 | R$ 3,92 | 5,97% |
Gasolina | |||
Médio | R$ 4,13 | R$ 4,28 | 3,60% |
Menor | R$ 3,89 | R$ 4,08 | 4,85% |
Maior | R$ 4,71 | R$ 4,80 | 1,80% |
Diesel | |||
Médio | R$ 3,52 | R$ 3,75 | 6,50% |
Menor | R$ 3,10 | R$ 3,55 | 14,39% |
Maior | R$ 3,88 | R$ 4,05 | 4,35% |
Segundo o levantamento de preços da ANP, o etanol acumula aumento de 4,94% no preço médio no Estado, de R$ 3,338 para R$ 3,503. A prometida redução no preço do produto pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ainda não se cumpriu. Em novembro, o Governo reduziu o ICMS sobre o derivado da cana-de-açúcar de 25% para 20%.
A gasolina também subiu 3,6% nos últimos 12 meses, de R$ 4,13 para R$ 4,279. Só que o maior impacto no combustível deverá ocorrer em meados de fevereiro, quando Reinaldo elevará a tributação em 20%, com a alíquota do ICMS oscilando de 25% para 30%, uma das maiores do País. A estimativa é de que o preço tenha acréscimo de 30 centavos, com o maior valor podendo chegar a R$ 5,10 no Estado.
Até o óleo diesel, que levou a maior greve de caminhoneiros da história no ano passado e levou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a alterar a política de preços da Petrobras, teve aumento de 6,5% no valor médio, de R$ 3,52 para R$ 3,745.
A manutenção do aumento do combustível vem gerando insatisfação entre os caminhoneiros, que também estariam revoltados com a tabela de preços do frete. A categoria não descarta nova greve.
Os mais prejudicados com os aumentos são os taxistas e motoristas de aplicativos, que acabam tendo custo maior para prestar o serviço.
Um simulador de gasto da estatal de Minas Gerais (faça a simulação) mostra que o gás veicular continua competitivo. Um veículo popular, que trafega 3 mil quilômetros por mês, o gasto com gasolina seria de R$ 1.197,20, enquanto o gás custaria R$ 702,27. A economia anual seria de R$ 5,9 mil.
No caso do etanol, o motorista desembolsaria R$ 1.156 e obteria economia de R$ 5,4 mil por ano. De acordo com especialistas, com o aumento no preço do GNV, o tempo do retorno do gasto com a instalação do kit levará mais tempo.