O Consórcio Way -306 liderado pela empresa de logística GLP venceu o leilão e ficará com a concessão da MS-306. O grupo ganhou ao ofertar a maior outorga, de R$ 605,3 milhões, na manhã desta quinta-feira (5) na B3, em São Paulo. O lucro previsto com a cobrança de pedágio é de R$ 968 milhões, conforme estudo realizado pelo Governo do Estado.
[adrotate group=”3″]
O consórcio liderado pela GLP é formado por empresas de médio porte, conforme o Valor Econômico, e apresentou proposta muito superior em relação ao segundo colocado, o Consórcio Via Brasil, liderado pela Conasa Construções, que administra rodovias no Mato Grosso e propôs outorga de R$ 100 milhões.
Veja mais:
Sem exigir duplicação da MS-306, governo tucano vai cobrar pedágio 30% mais caro a cada 73 km
Após fracasso da BR-163, Reinaldo retoma projeto de André para por pedágio na MS-306
Devagar e omisso, Governo ainda não mandou empreiteira refazer serviço mal feito em rodovia
Esta é a segunda vez que o Estado tenta licitar a MS-306. Em agosto de 2014, na primeira tentativa, ainda na gestão de André Puccinelli (MDB), o leilão fracassou ao não atrair nenhum interessado. Na ocasião, a concessão era de 464,2 quilômetros e incluía cinco rodovias estaduais na região do Bolsão.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) comemorou o resultado do leilão, conforme o Campo Grande News. “Trabalhamos nesse projeto três anos. Foi muito bem concebido, por isso o sucesso no leilão. Nunca esperei um valor tão alto. Superou qualquer expectativa”, disse.
O Consórcio Way -306 é formado pelas empresas Bandeirantes Engenharia, TCL Tecnologia e Construções, Senpar, Torc Terraplanagem e GLP Brasil.
Ao jornal Valor, o diretor de infraestrutura da GLP Brasil, Danilo Marcondes, justificou a oferta audaciosa, seis vezes a do único concorrente. “Estudamos bastante a rodovia, é uma rota de passagem de grãos que vêm do Mato Grosso, se encaixa muito na nossa tese de investimento, de investir em ativos ligados ao agronegócio. Além disso, é uma rodovia importante para a região”, afirmou.
Conforme o edital, o grupo vencedor deverá faturar R$ 3,4 bilhões pela concessão pelo período de 30 anos e poderá instalar três praças de pedágio, com valor médio de R$ 8,71. A expectativa do Governo é de que o movimento de veículos fique em 398,3 milhões em três décadas.
Só que ao contrário da BR-163, cuja concessão se transformou em abacaxi para o Governo federal, o consórcio não vai precisar duplicar a rodovia. A única obrigação é realizar manutenção e terceira faixa em alguns trechos durante a concessão.
Ao contrário do modelo adotado nos governos petistas, o vencedor não foi declarado com base na menor tarifa de pedágio – que beneficiaria o usuário – mas pelo maior valor a ser pago ao Governo do Estado pela administração. Os R$ 605,3 milhões não serão pagos à vista, mas de forma parcelada.
Pelo período de 30 anos, o consórcio será obrigado a realizar investimento de R$ 1,2 bilhão. O valor do pedágio poderá oscilar entre R$ 6 e R$ 11 e a rodovia tem 219,5 quilômetros.
A expectativa é de que o movimento de veículos cresça durante a concessão e garanta o lucro líquido de R$ 968,1 milhões.
Esta é a segunda rodovia a ser repassada para a iniciativa privada em Mato Grosso do Sul. A primeira foi a BR-163, que deveria ser duplicada em cinco anos. No entanto, a CCR MS Via não cumpriu o contrato e conta com respaldo da Justiça para se livrar das multas e não reduzir o valor de pedágio em 53,94% determinado pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).
Assim como a BR-163, o Governo do Estado destaca no edital que o vencedor poderá recorrer a financiamento do BNDES para realizar os investimentos necessários na MS-306.