Quatro dos 11 parlamentares de Mato Grosso do Sul votaram a favor do aumento do Fundo Eleitoral e ajudaram o Congresso Nacional a derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (27). Com a decisão, o valor destinado às eleições municipais pode ter aumento de 135%, passar de R$ 1,7 bilhão destinado no ano passado para R$ 4 bilhões.
[adrotate group=”3″]
A manobra contou com os votos do senador Nelsinho Trad (PSD) e dos deputados federais Fábio Trad (PSD), Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT), conforme levantamento divulgado pelo Congresso em Foco. No total, 267 deputados e 49 senadores votaram pela derrubada do veto presidencial.
Veja mais:
Três deputados federais de MS aprovam brecha para caixa 2 e afrouxam regras eleitorais para 2020
Dagoberto, Fábio Trad e Vander assinam CPI da Lava Jato para investigar Deltan e Sérgio Moro
Dicas de Moro para pegar Lula são empresário e contador de Campo Grande, diz Veja
Como nem tudo está perdido, as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thrinicke (PSL) e os deputados Beto Pereira, Bia Cavassa e Rose Modesto, do PSDB, e Dr. Luiz Ovando (PSL) votaram pela manutenção do veto e contra o aumento do fundo. O novato Loester Trutis (PSL), conforme o levantamento, não participou da votação.
Na minirreforma eleitoral aprovada em setembro, o parlamento tinha deixado aberto a brecha para aumentar o Fundo Eleitoral. No entanto, o presidente vetou esse dispositivo e incluiu a regra de que o valor de cada eleição não poderia ultrapassar 30% das emendas parlamentares – que somam R$ 6 bilhões.
Com a derrubada do veto, o Congresso permite que o valor destinado às campanhas eleitorais seja definido na Lei Orçamentária de cada ano e, o mais grave para o contribuinte, sem limite.
Os deputados e senadores, liderados pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), planejavam elevar o valor do fundo eleitoral para R$ 4 bilhões em 2020. Eles alegam que o valor de 2018, quando foram eleitos deputados, senadores, governador e presidente, é insuficiente para a campanha dos prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios.
O problema é que o Brasil vem impondo sacrifícios duríssimos à população em decorrência da suposta falta de dinheiro nos cofres públicos, como redução dos investimentos em saúde e educação.
No Twitter, a Soraya lamentou a decisão o legislativo. “Triste hj foi a derrubada dos vetos do PR @JairBolsonaro. Sempre contamos com membros dos partidos da base aliada, que têm espaço no governo, se comprometeram , mas têm trabalhado contra. Brasil ainda não se deu conta dos verdadeiros traidores. Preocupem-se c os votos. Fiscalizem”, afirmou a senadora.
A traição não foi apenas de aliados. Até o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) votou pela derrubada do voto e a favor do amplo acordo para elevar o fundo eleitoral. Eduardo Bolsonaro (PSL) foi contra a manobra.