Eleito com o discurso de renovação e para moralizar a política brasileira, o deputado federal Loester Trutis (PSL) já utilizou R$ 184 mil da Câmara dos Deputados para pagar advogado que o defende na Justiça do Trabalho. A denúncia é do jornal O Estado de São Paulo, que cita outros parlamentares do PSL.
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De acordo com o jornal paulista, deputados da sigla usaram R$ 768,1 mil da cota parlamentar para contratar advogados. Deste total, R$ 423,8 mil foram destinados aos escritórios que defendem os parlamentares em ações judiciais. (veja aqui)
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Conforme o Portal da Câmara, dos R$ 299,6 mil usados por Trutis neste ano, R$ 184.065 (61%) foram destinados para o escritório Agnelli & Andrade Advogados, onde atuam Fábio Coutinho de Andrade e Jozacar Durães de Agnelli. De acordo com o jornal, eles atuam na defesa de Trutis na 5ª Vara do Trabalho de Campo Grande.
Empresário de restaurante, o deputado foi processado por quatro ex-funcionários. Trutis confirmou que foi defendido por um dos advogados, mas as ações culminaram em acordo em 2017. Para o fato do escritório ainda aparecer como seu defensor na Justiça do Trabalho, ele explicou que ainda está pagando parcela do acordo e o documento precisa ser anexado pelo advogado para comprovar a quitação.
“A única movimentação é essa, não teve nova audiência nem novas ações”, garantiu o pesselista. “É um assunto velho”, minimizou, sobre a denúncia feita pelo jornal paulista.
Com dois advogados no gabinete, Trutis contratou o escritório de advocacia para prestar consultoria e auxiliá-lo nas ações no Congresso Nacional. De maio até o mês passado, conforme o Portal da Transparência, o deputado do PSL emitiu oito notas fiscais, que somaram R$ 184.065.
“Sou presidente em duas frentes, com mais de 300 deputados. Teria direito a servidores, mas abri mão para terceirizar. Sai mais barato do que contratar. Estou até sugerindo para outros deputados fazerem o mesmo”, justificou-se o parlamentar.
“Enquanto o serviço público for mais caro e ineficiente que o da iniciativa privada esse país ainda será atrasado”, afirmou em postagem na rede social em setembro deste ano. “Por isso eu teria direito a contratar 3 CNE07(cargo de natureza especial) com salários médio de R$17.000 mensal de cada ou seja R$ 604.000 anual. Esses assessores especiais teriam direito a Vale alimentação, Auxílio Saúde e passagens aéreas de até R$ 7.000 cada. Um custo total de quase 1 Milhão de reais ano. Abri mão de todos e decidi terceirizar, uma empresa privada cobrará em média 30mil por mês apenas nos meses utilizadas. Economia de mais de R$700.000 por ano. Eu fico 4 anos! Ou seja economia de 2.8 MILHÕES”, calculou Trutis, para enfatizar a importância da sua estratégia para os cofres públicos.
Confira os gastos dos oito deputados federais de MS só neste ano
Deputados | Gastos (R$) |
Vander Loubet (PT) | 361.533,86 |
Beto Pereira (PSDB) | 344.568,97 |
Dagoberto (PDT) | 336.515,47 |
Loester Trutis (PSL) | 299.657,84 |
Fábio Trad (PSD) | 231.724,41 |
Bia Cavassa (PSDB) | 206.031,65 |
Rose Modesto (PSDB) | 192.910,35 |
Dr. Luiz Ovando (PSL) | 112.464,42 |
Neste ano, o gasto dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul já supera R$ 2 milhões. O campeão em gastos continua sendo o petista Vander Loubet, réu na Operação Lava Jato. Segundo a Câmara, ele usou R$ 361,5 mil da cota parlamentar neste ano.
Já o estreante Beto Pereira (PSDB) ficou com o título de vice-campeão em gastos, com R$ 344,6 mil. O terceiro colocado é Dagoberto Nogueira, presidente regional do PDT, com R$ 336,5 mil.
Trutis ficou em quarto lugar, com R$ 299,6 mil. O deputado Fábio Trad (PSD) ficou em 5º, com a utilização de R$ 231,7 mil. O mais econômico para o contribuinte é o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL), com R$ 112,4 mil.