O aumento na carga tributária proposto pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vai doer no bolso do consumidor sul-mato-grossense no fim do ano. Com o aumento na alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 25% para 30% sobre a gasolina, o litro do produto deverá ter acréscimo de R$ 0,22 (5,3%) e o valor deverá superar R$ 5 em Mato Grosso do Sul.
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Conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo), divulgada neste sábado (2), o preço médio do combustível no Estado é de R$ 4,14, o 3º menor do País, só atrás do Amapá (R$ 3,931) e Santa Catarina (R$ 4,003). Graças ao “presente de Natal” do tucano, o valor poderá chegar R$ 4,36, ganhando cinco posições no ranking nacional e ficando na 8ª posição.
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A estimativa de alíquota de 30% vai elevar o preço em R$ 0,22 foi calculada pelo diretor do Sinpetro (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis), Edson Lazarotto, e divulgado pelo Midiamax. O aumento vai depender de outros fatores e poderá ser maior.
Caso se confirme o impacto de 5,3%, o menor valor pago pelo litro da gasolina passa dos atuais R$ 3,939 para R$ 4,159, de 3º para 13º mais barato no País. No interior do Estado, onde o produto custa R$ 4,759, a gasolina deve superar R$ 5. Na fronteira, os postos devem perder a pouca competitividade que resta para os estabelecimentos paraguaios.
Enquanto o consumidor digere o golpe, o governador faz as contas e espera arrecadar R$ 120 milhões com o aumento no ICMS da gasolina. “Tudo vai depender do comportamento do consumidor. Se optar pelo álcool recolhemos menos ICMS, mas estaremos contribuindo para o Estado, estimulando a energia limpa, já somos produtores de etano, não temos extração de petróleo”, afirmou, conforme registro do Midiamax.
O sindicato estima que haverá redução de R$ 0,18 no preço do etanol com a redução na alíquota do ICMS de 25% para 20%. Apenas considerando-se o tributo, o produto não recupera a competividade em relação a gasolina em Mato Grosso do Sul.
O preço médio do etanol pode cair de R$ 3,403 para R$ 3,22 no Estado, o que equivalerá a 73% do valor da gasolina. Isso significa que o derivado da cana-de-açúcar vai continuar perdendo mercado para o combustível proveniente do petróleo em Mato Grosso do Sul.
Atualmente, o etanol custa ao consumidor final entre R$ 2,99 e R$ 3,789 no Estado. Só o menor valor, caso caia para R$ 2,81, o álcool terá vantagem em relação a gasolina.
A alíquota do ICMS de 30% sobre a gasolina será a 3ª maior do País, de acordo com levantamento do Sinpetro. MS só ficará atrás de Minas Gerais e Rio de Janeiro, coincidentemente duas unidades da federação quebradas financeiramente e a beira do caos econômico.
O aumento de tributo proposto pelo governador precisa ser aprovado pelos deputados estaduais. O Jacaré vai acompanhar e divulgar os nomes dos parlamentares que vão castigar ainda mais o sul-mato-grossense com a elevação da carga tributária.
A estratégia de elevar tributos no início do mandato já foi adotada com sucesso por Reinaldo. Em 2015, ele autorizou o reajuste de 40% no IPVA e ainda passou a cobrar o tributo de carros com até 20 anos de uso. Ele também autorizou o aumento no ITCD, de 2% para 3% e 6%.
Três anos depois, como a maior parte da população esqueceu da maldade, ele foi reeleito com 677 mil votos.
Em 2022, o tucano não poderá disputar a reeleição, mas poderá indicar um nome do PSDB para o Governo e tentar uma vaga no Senado para manter o foro privilegiado, principalmente, em decorrência de ser investigado na Operação Vostok no Superior Tribunal de Justiça.
E Reinaldo poderá contar com os votos de quem não gostar do aumento no tributo aprovado neste ano, fazendo valer a velha máxima de que o brasileiro tem memória curta.
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