O deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL) assinou a denúncia junto com o presidente Jair Bolsonaro contra a direção nacional do próprio partido. Eles pedem o bloqueio do Fundo Partidário, que deverá somar R$ 110 milhões neste ano, e o afastamento imediato do presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar.
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A guerra interna e fraticida entre os aliados de Bolsonaro e Bivar ganhou mais um capítulo nesta semana com a denúncia encaminhada à Procuradoria Geral da República. Na petição, assinada por 23 parlamentares e pelo presidente da República, o advogado Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, pede devassa nas contas do partido.
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De Mato Grosso do Sul, apenas Dr. Ovando assinou a carta de 30 páginas. A senadora Soraya Thronicke e o deputado federal Loester Trutis, que também apoiam o presidente, não assinaram o documento. (confira a íntegra publicada pelo Congresso Em Foco)
“É uma ação bastante robusta. Pedimos, inclusive, que ela seja remetida à Receita Federal para uma checagem dos documentos fiscais e de todos os gastos e despesas do partido”, explicou o advogado em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Bolsonaro e os filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, querem tomar o comando do Fundo Partidário de Bivar visando as eleições de 2020 e de 2022. A guerra interna já levou a troca do líder do partido na Câmara. Eduardo assumiu o lugar do Delegado Waldir (PSL) após uma sucessão de listas de apoio.
Bivar abriu processo para suspender 19 dos 53 deputados federais do partido. O grupo de Bolsonaro chegou a obter liminar para suspender a abertura da investigação, mas os bivaristas conseguiram reverter a situação e a sindicância foi retomada pela sigla.
Agora, a turma do presidente da República recorreu ao MPF para pedir a abertura de processo contra Luciano Bivar por suspeitas de enriquecimento ilícito dos dirigentes e danos ao erário. A turma estaria se locupletando com o dinheiro do Fundo Partidário.
A guerra interna no partido terá reflexo em Mato Grosso do Sul. O PSL conta com dois deputados federais, dois estaduais e uma senadora.
Ontem, na Assembleia Legislativa, ficou evidente o racha entre os deputados da legenda, Capitão Contar e Coronel David. O primeiro propõe a abertura de CPI para investigar os aumentos abusivos nas contas de energia. A proposta de investigar a Energisa não teve o apoio de Coronel David.
Caso Bolsonaro não tenha êxito em retirar Bivar do comando do PSL e crie um novo partido, a tendência no Estado é de que todos os parlamentares o acompanhem no novo partido. O presidente pode criar o Partido Conservador ou migrar para outra legenda, como o Patriotas.